27.6.05

Negócio mal cheiroso

O empresário Joaquim Oliveira está preocupado com o negócio que fez com a PT para a compra da Lusomundo. Terá dito, segundo o Expresso, que comprou um porco e arrisca-se a ficar com um leitão.

Ora, para bem do mundo da comunicação social e do jornalismo em Portugal, o ideal era mesmo que Oliveira não ficasse sequer com um leitãozinho raquítico da Bairrada.

25.6.05

De leituras: guardiães ameaçados

«A venerável profissão do jornalismo encontra-se num raro momento da história onde, pela primeira vez, a sua hegemonia como gatekeeper das notícias é ameaçada por, não apenas novas tecnologias e competidores, mas, potencialmente, pela audiência que serve. Armada com ferramentas de publicação fáceis de usar, conexões em permanência e dispositivos móveis cada vez mais poderosos, a audiência online tem os meios para se tornar uma activa participante na criação e disseminação de notícias e informação.»

Shayne Bowman e Chris Willis, 'We Media: How Audiences are Chaping the Future of News and Information'

13.6.05

Blogues: jornalismo pós-moderno?

Vários autores defendem hoje que os blogues são uma nova forma de jornalismo que enfatiza a personalização, a participação da audiência na criação de conteúdo e formas de estórias que são fragmentadas e interdependentes com sites.

Para Melissa Wall, da California State University-Northridge, «estas características sugerem um afastamento da abordagem moderna tradicional do jornalismo em direcção a uma nova forma de jornalismo impregnada de sensibilidades pós-modernas.»

Num artigo escrito para a revista Journalism, (Volume 6, Número 2, Maio de 2005), Wall relata as conclusões de um estudo sobre blogues orientados para a notícia, durante a invasão do Iraque, na Primavera de 2003. A autora conclui que estes blogues representam um novo género de jornalismo, com um tipo de notícias mais conversacional, dialógico e descentralizado.

Wall sugere que os blogues podem mais abrangentemente ser entendidos como ‘jornalismo pós-moderno’, argumentando que, se o jornalismo tradicional do século XX é visto como um produto da modernidade, então as mudanças sociais dos últimos anos que levaram observadores a identificar um período de hipermodernidade ou pós-modernidade precisam de ser consideradas quando se fala do futuro do jornalismo.

8.6.05

Dez anos de ciberjornalismo: balanço

Daniela Bertocchi e Sérgio Denicoli escreveram uma interessante reportagem para o Observatório de Imprensa (Brasil) sobre as jornadas "Dez Anos de Jornalismo Digital em Portugal", que tiveram lugar, na semana passada, na Universidade do Minho. Uma iniciativa a todos os títulos louvável e oportuna, num país que quase não discute este tipo de temas.

O texto A Internet e o declínio dos jornais e uma entrevista a Ramon Salaverría, um dos principais oradores das jornadas, resumem muitos dos tópicos abordados em Braga.

Também no portal do curso de Jornalismo e Ciências da Comunicação da Universidade do Porto pode ler-se um resumo das jornadas feito por Letícia Amorim ("Uma década de jornalismo digital é muito pouco") e uma entrevista da mesma aluna a Rosental Calmon Alves, professor da Universidade do Texas.