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18.7.11

Os jornalistas e a Internet

Juntamente com os meus colegas Helena Lima, Nuno Moutinho e Isabel Reis, da Universidade do Porto, apresentei, na conferência da International Association for Media and Communication Research (IAMCR 2011, Istambul, 13-17 Julho), o paper "Print and radio journalists in Portugal: a comparative study on the influence of the Internet on journalism".

Este estudo procura avaliar e comparar a percepção que jornalistas portugueses de imprensa e de rádio têm sobre o impacto da Internet no jornalismo. Os resultados indicam que, quer os jornalistas de imprensa, quer os de rádio, tendem a encarar a Internet mais como uma ferramenta útil e prática no seu dia-a-dia e não tanto como um instrumento que reforce os papéis tradicionais do jornalismo e dos jornalistas, tais como vigiar os poderes instituídos, influenciar o debate público ou fornecer análise e interpretação sobre os factos.


Outras leituras:
The influence of the Internet on Portuguese press

14.6.11

Ciberjornalistas em Portugal

Acaba de ser publicado o meu livro Ciberjornalistas em Portugal: Práticas, Papéis e Ética.

Nesta obra defende-se a tese de que as práticas, os papéis e mesmo os questionamentos de ordem ética dos ciberjornalistas portugueses se encontram limitados devido a um enquadramento histórico, empresarial, profissional e formativo sobremaneira desfavorável.

No livro são apresentados os resultados de um inquérito a 67 ciberjornalistas portugueses que trabalham em média noticiosos portugueses principais: Correio da Manhã, Jornal de Notícias, Publico.pt, Diário Digital, Portugal Diário, Expresso, Visão Online, SIC Online, TSF Online, Rádio Renascença, RDP, RTP e TVI.

Os resultados mostram, entre outros aspectos, que os profissionais são sobretudo jovens, formados e sedentários. Ocupam-se predominantemente de texto, cultivam pouco fontes próprias, valorizam a instantaneidade e a credibilização das notícias e passam pouco tempo em contacto com as audiências.


Ciberjornalistas em Portugal
Práticas, papéis e ética
Edição/reimpressão: 2011
Páginas: 240
Editor: Livros Horizonte
ISBN: 978-972-24-1702-0
Colecção: CIMJ/Media e Jornalismo


Livros anteriores:

Bastos, Helder. (2010). Origens e Evolução do Ciberjornalismo em Portugal: Os primeiros quinze anos (1995-2010). Porto: Edições Afrontamento.

Bastos, Helder. (2000). Jornalismo Electrónico: Internet e reconfiguração de práticas nas redacções. Coimbra: Minerva.

13.12.10

Jornalistas de rádio e a Internet

Os jornalistas de rádio portugueses tendem a encarar a Internet mais como uma ferramenta útil e prática no seu dia-a-dia e não tanto como um instrumento que reforce os papéis tradicionais do jornalismo e dos jornalistas, tais como vigiar os poderes instituídos, influenciar o debate público ou fornecer análise e interpretação sobre os factos.

É esta a principal conclusão de um trabalho de investigação, realizado por mim próprio e pelos meus colegas Helena Lima, Isabel Reis e Nuno Moutinho, apresentado no recente II Congresso Internacional de Ciberjornalismo.


13.4.09

Editores apreciam aptidões digitais

Os editores online norte-americanos consideram cada vez mais importante as aptidões digitais dos ciberjornalistas. Quando questionados sobre que tipo de formação gostariam que os seus ciberjornalistas contratados tivessem daqui a cinco anos, o manuseamento de texto, áudio, fotografia e vídeo surge à cabeça.

O estudo foi feito por Sahira Fahmy e está agora disponível, na íntegra, com o título "How Online Journalists Rank Importance of News Skills", no Newspaper Research Journal.


«This study, based on a national survey of 245 online news professionals, primarily focuses on assessing the importance of future traditional journalism skills, digital journalism skills and Web-coding skills. It also contributes to our overall understanding of the changes taking place in the newsgathering business as it offers some updated insights into the online news industry.»

6.2.09

Artigo sobre ciberjornalistas portugueses

Na revista académica Prisma.Com, da Universidade do Porto (UP), pode ser lido o texto que serviu de base à conferência que dei no I Congresso Internacional de Ciberjornalismo, realizado, em Dezembro passado, na UP.

No artigo "Ciberjornalistas portugueses: Das práticas às questões de ética" são apresentados os resultados de um inquérito feito a ciberjornalistas portugueses de órgãos de comunicação social mainstream, englobando jornais, revistas, rádios, televisões e jornais publicados exclusivamente na Web. O estudo fornece uma caracterização destes profissionais ao nível socio-demográfico, profissional, ocupacional e ético.

2.3.08

Entrevista em O Lago II

No blogue O Lago, entrevista (versão completa) que concedi a Alexandre Gamela.

21.2.08

Aproximações ao jornalismo digital

Acaba de ser lançado em Espanha um livro do maior interesse para quem se interessa pelo estudo do ciberjornalismo (e todos nós sabemos que livros sobre este tema não são publicados propriamente todas as semanas).

Vários dos autores que contribuem com os seus textos para Aproximaciones al periodismo digital contam-se entre os principais investigadores espanhóis nesta área, como Xosé López, Marita Otero, Xosé Pereira, Manuel Gago ou Koldobika Meso Ayerdi.



7.12.07

Jornalistas, fontes e a Internet

O jornalista Rui Gomes defendeu, anteontem, na Universidade Nova de Lisboa, a sua tese de mestrado (que tive o prazer de arguir), intitulada A importância da Internet no relacionamento entre jornalistas e fontes de informação.

O tema é bastante interessante e pouco estudado em Portugal. Rui Gomes procurou saber como a Internet está a ser usada por jornalistas portugueses de imprensa, rádio e televisão. Chegou a algumas conclusões que vale a pena reter:

* A quase totalidade dos jornalistas inquiridos tem uma opinião «extremamente positiva» sobre a Internet, o que leva, segundo o autor do estudo, a uma visão «cor-de-rosa» do meio e a uma confiança excessiva no material encontrado online.

* Quase 90 por cento dos jornalistas inquiridos utilizam a Internet nas suas peças jornalísticas. O uso é menor por parte dos jornalistas de televisão.

* O email é utilizado por 72.83 por cento como ferramenta para encontrar e contactar fontes de informação.

* A maioria considera que a Internet facilita o seu trabalho, melhora a qualidade do mesmo e torna as notícias mais diversas.

* A facilidade de contacto com fontes é uma das vantagens da utilização da Internet destacadas com particular relevo na imprensa.

* Os newsgroups são pouco utilizados pelos jornalistas dos três meios, enquanto os blogues são mais utilizados pelos jornalistas de imprensa.

* Os jornalistas de imprensa defendem que a fixação dos jornalistas nas redacções é um facto (sedentarização do jornalismo, tendência que preocupa Rui Gomes), enquanto os jornalistas de rádio discordam totalmente.


A tese, na qual Rui Gomes defende que «a Internet mudou a forma como se faz jornalismo e a própria profissão», irá agora ser publicada em livro.

8.10.07

Ciberjornalismo de investigação

No Público, Paulo Moura escreve hoje, no Caderno P2, um artigo interessantíssimo sobre a "invenção" de um novo género de reportagem: o ciberjornalismo de investigação.

Moura entrevistou, entre outros, o jornalista Neil Doyle, que há muito perscruta os meandros da Al-Qaeda na Internet. Algumas citações a reter:

«Nos últimos 18 meses, ainda segundo Neil Doyle, as autoridades começaram a prestar atenção à Internet. Mas levam um grande atraso. O mesmo se passa com os jornalistas. Só agora alguns se apercebem de que, em certas áreas, se querem investigar, têm de investigar na Net. Não é exactamente o mesmo que passar a viver no Second Life, porque não podem perder o contacto com o mundo real. Mas é preciso mergulhar no universo específico da Internet. E saber fazê-lo.»

«"As capacidades de um jornalista devem ser usadas da mesma forma, quer se esteja no mundo real, quer no virtual. A Internet é apenas um novo território que é preciso cobrir", explica ele. "Continuo a usar o telefone e a encontrar-me com pessoas, como qualquer repórter."»

«Fazer uma cobertura rigorosa e sistemática da Net, seja qual for a área de trabalho, deveria ser ensinado nas escolas de jornalismo, diz Doyle. "Endereços de páginas web têm de começar a integrar a agenda de qualquer jornalista."»

«"As pessoas confiam de mais. Acham que é verdade porque está na Net. Diz-se que os jornais são o primeiro esboço da História. A Net está a substituí-los."»


A ler:
Investigar o real no mundo virtual (Público, Caderno P2, 8.10.2007)

19.9.07

'Ciberjornalismo: dos primórdios ao impasse'

Na revista Comunicação e Sociedade, vol. 9-10, pp. 103-112, pode ser lido o texto, da minha autoria, Ciberjornalismo: dos primórdios ao impasse.

Resumo
«Os primeiros avanços no campo do jornalismo digital, em Portugal, têm sido lentos e assinalados por uma série de frustrações, algumas delas devido a expectativas utópicas em relação à viabilidade de alguns projectos. Contudo, e apesar de alguns obstáculos, novos desafios são impostos aos jornalistas profissionais. Destes espera-se que sejam capazes de lidar com as novas ferramentas da Internet e que contem as suas estórias usando novos recursos, tal como arranjem uma nova lógica para construírem os seus artigos. Começa a cimentar-se nos académicos que se debruçam sobre os media a ideia de que a formação de jornalistas especificamente para a área digital deve seguir regras diferentes, especialmente no que diz respeito a estórias em hipertexto e competências técnicas. O grande desafio deverá ser a formação de estudantes que pratiquem esta modalidade de jornalismo, sempre com o necessário equilíbrio entre as aptidões técnicas e a consciência ética e valores profissionais.»

16.9.07

'Crowdsourcing' e jornalismo: fracasso satisfatório

O professor de jornalismo Jay Rosen, da Universidade de Nova Iorque, resolveu, através da organização por si dirigida Assignment Zero, levar a cabo um projecto de crowdsourcing em jornalismo. Tema escolhido: crowdsourcing, precisamente.

Fala-se em crowdsourcing quando uma tarefa realizada numa organização é entregue a um grupo de pessoas. Neste caso, participaram 900, com o intuito de verificar «se grupos de pessoas dispersas trabalhando em conjunto voluntariamente através da rede podem produzir artigos sobre algo que esteja a acontecer e, dividindo-se nas tarefas, contar a estória completa».

O tempo é agora de balanço. Um dos êxitos da experiência: conseguiu transformar-se numa das mais completas fontes de informação sobre crowdsourcing.

Mas o balanço no que ao jornalismo concerne não é tão positivo. Segundo Jay Rosen, menos de um terço do material produzido tem a qualidade exigida.

Para Jeff Howe, da revista Wired (que também participou na experiência), tratou-se de «um fracasso altamente satisfatório».


A ler:
'Crowdsourcing' y periodismo: "Un fracaso satisfactorio"

13.9.07

Lista de investigadores/bloguistas em comunicação

Rogério Christofoletti, do blogue Monitorando, começou por fazer uma lista dos principais blogues de investigadores em comunicação no Brasil, juntando professores, mestrandos, doutorandos, investigadores em geral do campo da comunicação que mantivessem os seus blogues.

Agora, Christofoletti abre a lista (uma excelente ideia) a colegas de Portugal, Moçambique, Angola, Goa e convida «todo o mundo que fala a Língua de Camões» a constituir uma Lista Lusófona de Blogues de Pesquisadores em Comunicação. Está em construção e pode ser consultada aqui.

16.9.06

Sol e sombra

Muito provavelmente, o Expresso e o Sol esgotaram hoje nos quiosques pelas razões erradas.

O primeiro, por causa do DVD de borla. Borla, em tempo de crise, é mel para os ouvidos de portugueses sobreendividados. Basta ter. Não é preciso ler.

O segundo, pela novidade. Estou ainda para vê-la no papel, pois, no Porto, o Sol desapareceu todo de manhã.

Na Web, no entanto, o Sol é o que se esperava e temia: pouco mais que uma montra do produto original. Lá temos uns blogues e uns fóruns para animar a coisa e pouco mais. A versão online nem sequer ficha técnica própria tem. Está tudo dito. É muito franciscano, este novo ciberjornal.

Se, como tudo indica, o grosso do Sol de papel for o que está despejado online, também não aquece nem arrefece em termos jornalísticos. O tom, os temas, o estilo, têm a marca indelével das décadas que António José Saraiva passou à frente do Expresso.

Posto isto, vamos dar tempo aos dois semanários agora concorrentes para ver se puxam um pelo outro nas coisas certas. Como na investigação a sério, por exemplo.


Outras leituras:
À sombrinha - primeiras notas, de Luís Santos

21.8.06

Mário Crespo: jornalistas não questionam

Em geral, os jornalistas portugueses têm um sentido de autocrítica muito pouco apurado. Publicamente falando, ainda pior. Saúde-se, por isso, a clareza com que Mário Crespo responde ao JN a perguntas como estas:

«O jornalismo perdeu e quem ganhou foi a assessoria?

O jornalismo converteu-se numa indústria, está cada vez mais definido pelos custos e benefícios. É mais barato fazer uma primeira página com uma bela fotografia do que com uma prosa de investigação. Essas opções são conscientes. E o grave é que isso acontece na estação privada, e ela tem todo o direito, e na pública. Também o sector público opta pelo "tabloidismo". Há um sacrifício do conteúdo à forma. Não se investe em investigação.»

«Os jornalistas questionam pouco?

Não questionam, simplesmente. São capazes de pôr uma fotografia excelente e escrever afinal era "material bélico não letal". »


Eis uma entrevista substancial e oportuna a ler em plena "época tonta".

16.8.06

"Slow journalism" II

O experiente jornalista Seymor Hersh, da revista norte-americana The New Yorker, descobriu que Washington e Telavive "cozinharam" uma guerra no Líbano «muito antes» do início do conflito, há um mês, a pretexto do rapto de dois soldados israelitas pelo Hezbollah.

E agora pergunta-se: está este nível de "cachas" ao alcance do tal "fast journalism" - alimentado a doses cavalares de mão-de-obra inexperiente, barata e mal contratada - que esmaga hoje as redacções um pouco por todo o mundo?


A ler:
Israel planeou guerra no Líbano antes do rapto dos seus soldados (Público)

9.8.06

Em defesa do "slow journalism"

Já é bem conhecido o movimento internacional "slow food", que defende a boa comida tradicional contra a avassaladora "fast food" de plástico e gorduras em excesso. Comer não é apenas deglutir apressadamente. É também um ritual de degustação e prazer. E assim é que está certo. Viva a "comida lenta", portanto.

Depois de ler uma notícia que vem hoje no Público, acerca de dois jornalistas de investigação veteranos - conhecidos por publicarem pouco mais de duas grandes estórias por ano, algumas galardoadas com o prémio Pulitzer - dispensados pela revista norte-americana Time, fico com vontade de subscrever um abaixo-assinado a favor da criação do movimento "slow journalism".

"Slow jornalism": jornalismo com o tempo que for preciso para investigar a sério uma boa estória. Jornalistas com gosto pela degustação do rigor, do pormenor, da profundidade, da persistência, da descoberta daquilo que outros querem esconder do (bem) público. Jornalismo de "chefes de mesa" com a espinha no sítio para aguentar a pressão do piri-piri das manchetes. Jornalismo nos antípodas do "fast journalism" que por aí abunda, gordo mórbido de notícias requentadas, de press-releases encapotados e de fretes consumados.

31.10.05

PRISMA.COM: uma nova revista académica

Acaba de nascer a revista académica PRISMA.COM. Trata-se de uma publicação online dedicada à investigação na intersecção da comunicação, informação, tecnologia e artes. É propriedade da unidade de investigação CETAC.COM (Centro de Estudos em Tecnologias, Artes e Ciências da Comunicação), da Universidade do Porto.Conforme se pode ler na 'Política Editorial' da nova revista, aqui são publicados artigos de natureza teórica, ensaística ou de comentário e reflexão, bem como trabalhos monográficos nos domínios das ciências, artes e tecnologias da comunicação e da informação.

Trabalhos de natureza empírica, recensões críticas da literatura própria destes domínios, noticiário sobre actividades em curso ou a desenvolver, bem como entrevistas e outros materiais de carácter informativo e de divulgação nestas áreas do conhecimento, têm também o seu espaço.