Em geral, os jornalistas portugueses têm um sentido de autocrítica muito pouco apurado. Publicamente falando, ainda pior. Saúde-se, por isso, a clareza com que Mário Crespo responde ao JN a perguntas como estas:
«O jornalismo perdeu e quem ganhou foi a assessoria?
O jornalismo converteu-se numa indústria, está cada vez mais definido pelos custos e benefícios. É mais barato fazer uma primeira página com uma bela fotografia do que com uma prosa de investigação. Essas opções são conscientes. E o grave é que isso acontece na estação privada, e ela tem todo o direito, e na pública. Também o sector público opta pelo "tabloidismo". Há um sacrifício do conteúdo à forma. Não se investe em investigação.»
«Os jornalistas questionam pouco?
Não questionam, simplesmente. São capazes de pôr uma fotografia excelente e escrever afinal era "material bélico não letal". »
Eis uma entrevista substancial e oportuna a ler em plena "época tonta".
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