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21.3.08

"Novo" Correio da Manhã desilude

O "novo" Correio da Manhã na Web tem um novo desenho, ligeiramente mais agradável que o anterior, mas não convence. No essencial, o jornal não alterou quase nada.

A anunciada aposta no vídeo ainda está por ver, a não ser que nos queiram dizer que pespegar vídeos do YouTube no final de uma ou outra notícia seja "apostar" no vídeo. A arquitectura da versão online do diário também parece ser pouco propícia a dinâmicas de convergência, mas aqui teremos de dar o benefício da dúvida.

Além disso, verifica-se que subsistem problemas muito básicos por resolver. Por exemplo, as notícias, despejadas automaticamente do papel para a Web (shovelware), nem sequer são separadas por espaços. Talvez devido à mudança recente, há muitos links "mortos". E lá aparece ainda a reprodução da primeira página do Correio da Manhã dos quiosques, opção que já teve o seu tempo.

Há dias, aplaudi o anúncio das novidades que o jornal prometia e que passavam pela introdução de uma área de vídeos e um fórum de discussão diária, de modo a promover mais a «interactividade junto dos leitores», mas já suspeitava de que, sem reforço da pequena equipa online do CM, seria difícil ver resultados credíveis e sustentáveis.

Esperemos que, com o tempo, o Correio da Manhã prove que não pariu um rato online na passagem do seu 29º aniversário.


A ler:
Correio da Manhã a caminho da convergência

15.3.08

Correio da Manhã a caminho da convergência

Na próxima quarta-feira, data em que assinala o 29º aniversário, o Correio da Manhã estreia um novo visual, com uma «nova hierarquização de assuntos». Será também introduzida uma área de vídeos e um fórum de discussão diária, de modo a promover mais a «interactividade junto dos leitores».

Estas mudanças são de aplaudir, uma vez que, quer ao nível de vídeo, quer em termos de interactividade, a generalidade dos media online noticiosos portugueses é muito fraca. Veremos se há um reforço da equipa online, actualmente composta por apenas quatro jornalistas, que permita levar a bom porto esta aposta. É que, por exemplo, a produção própria de Web-vídeo não é compatível com equipas tão pequenas.

O diário da Cofina parece também decidido a acompanhar os ventos que sopram a favor da convergência: «toda a redacção vai passar a estar envolvida na produção noticiosa para a plataforma online, que terá actualizações constantes durante o dia.» (Meios & Publicidade). Cá estaremos para ver os resultados.

22.8.07

Palmas e Bordoadas: Correio da Manhã popularucho

Agosto tem o condão de amolecer o neurónio da nossa praça jornalística. É assim há anos. A queda para o disparate editorial agrava-se consideravelmente nesta época. A manchete de hoje do Correio da Manhã, popularucha, dramatizada, a puxar ao sentimento, vazia de informação, é mais uma pérola, desastrosa, a juntar a tantas outras provocadas pelos excessos perversos do calor das audiências.

27.4.07

Lebres e tartarugas no ciberjornalismo

Morreu hoje um dos maiores violoncelistas de sempre, Mstislav Rostropovich. São 11.30. Como estamos em termos de capacidade de resposta nas edições online dos principais diários portugueses?

O Público.pt já deu uma "última" com dois parágrafos. O Correio da Manhã, vá lá, deu quatro. Para o DN e o JN não se passa absolutamente nada (até a Wikipédia já deu a "notícia"...).

Espreitemos agora o que dá o ELPAIS.com: notícia com foto destacada no topo da página; um dossiê com "tudo sobre Rostropovich"; possibilidade de se ouvir trechos de música; fotogaleria.


Estamos mal.

27.10.06

Que se passa no Porto?

Se aplicarmos o critério da visibilidade noticiosa do Porto nos principais jornais portugueses, o Porto está morto.

O Porto, cidade e Área Metropolitana, está em morte lenta no Público. Moribundo no DN. Definhando no Expresso. Não existe no Sol. O Correio da Manhã tem mais em que pensar. O 24 Horas é para esquecer.

Só o JN, que tem sofrido na pele das suas páginas sérias queimaduras provocadas pela(o) capital, lá vai aguentando as suas páginas do Grande Porto. Um milagre.

Que se passa? É o péssimo feitio e estreiteza de vistas de Rui Rio? É a sujidade do rio Douro que afugenta as empresas, os "cérebros", os artistas, investidores, as elites, e as entrega nos braços da Quinta da Marinha? É a cidade histórica a cair de podre que deprime o pulsar da urbe? São as crateras lunares das ruas que dão cabo dos Jaguares?

Ou, então: será que no Porto não se passa mesmo nada?

31.7.05

Asfixia mediática

Num país que mal lê jornais e em que estes são cada vez mais anódinos, superficiais, indistintos, domesticados, centralizados e empresarializados, a suspensão (belo eufemismo) de A Capital e de O Comércio do Porto é uma péssima notícia. Pior ainda para o Porto, cidade que tem vindo, paulatinamente, a transformar-se num deserto mediático e jornalístico.

É absolutamente escandaloso que o Porto não tenha estaleca sequer para segurar um canal próprio de televisão. A NTV foi o que se viu. Na rádio, anos antes, foi a vez de a Rádio Nova, que chegou a ser um farol de qualidade, ser transformada em mais uma juke box inconsequente, com meninas de voz melada a gerir play lists...

Na imprensa, o próprio Jornal de Notícias, o porta-aviões do Norte, já foi mais da Invicta do que é hoje. O Primeiro de Janeiro pouco se vê. As delegações das revistas e dos jornais de Lisboa, ou são simbólicas, ou foram alvo de desinvestimento, sobretudo editorial, nos últimos anos (Correio da Manhã e Diário de Notícias, por exemplo). O 24 Horas é para esquecer. E O Comércio do Porto acaba mal, às mãos de um grupo espanhol que se está nas tintas para 150 anos de história.

Resultado: a diversidade e a pluralidade (de notícias, de debates, de protagonistas, de ideias) vêem-se reduzidas e o mercado de emprego, bem como o de estágios, torna-se cada vez mais afunilado. O espaço público da região fica ainda mais pobre.

De um ponto de vista mediático, o Porto é hoje uma paróquia.


A ler:
O cemitério, de Vicente Jorge Silva
Sentença de Morte, de Manuel Pinto
Blogue OComerciodoPorto

7.7.05

Londres e os media online portugueses

As explosões em Londres deram-se na hora de ponta matinal, por volta das 9. São quase 2 da tarde, ou seja, quase cinco horas depois das deflagrações. Vejamos como estão a reagir a este acontecimento muito especial alguns dos principais media noticiosos portugueses online:

Público.pt: dá informação actualizada, estilo agência noticiosa. Poucas imagens. Nenhum material multimédia é fornecido (ex., gráficos, áudio ou vídeo). Não são disponibilizadas hiperligações de contexto sobre o acontecimento. Algumas notícias abrem espaço a comentários dos leitores.

dn.pt: para o DN, não se passa nada. Abre-se o site, clica-se em "Última hora" e... nada. Londres bem podia estar a arder...

JN: nas "Últimas", tem três notícias curtas sobre o assunto, a primeira das quais colocada às... 12.12h. E nada mais.

Correio da Manhã: acordou às 10.59 para as explosões. Tem uma notícia única com comentários dos leitores no final. E uma fotozita para a amostra.

Expresso: Aqui encontramos de diferente, pelo menos, um infográfico com as estações de metro atingidas e uma galeria fotográfica. Vá lá...

Diário Digital: tem um "Especial Urgente", no que parece ser uma adaptação algo tosca da expressão "breaking news". Vários títulos dão acesso a notícias de agência. Não há fotos nem comentários de leitores. Para diário exclusivamente online, está mau. Muito mau.

Portugal Diário: Também não tem nada de especial. Texto, muito texto. Uma galeria de fotografias. Comentários de leitores. Paginas graficamente "secas". Sabe a pouco. A muito pouco.

TSF: Pela primeira vez, e naturalmente, som na Web. Da rádio, está claro. Quanto ao mais, estilo agência noticiosa.

SIC Online: Um infográfico! E depois muita Lusa, Reuters e France Press. Nem uns 15 segundos de vídeo que podia ser aproveitado dos canais de televisão do grupo. Fraquíssimo.

ELPAIS.es: é espanhol, eu sei, mas serve aqui apenas como mero contraponto cruel: tem vídeo, gráficos, galeria de fotos, cronologias, áudio, enfim, sem ser nada de extraordinário, deixa os nosso media online a anos-luz em termos de resposta na Web a grandes acontecimentos.

É evidente que há várias explicações concretas - que vão do desinvestimento por parte das empresas jornalísticas até à falta de investimento por parte de anunciantes - para a resposta medíocre dos media portugueses online. Quando não há meios, nem dinheiro, nem vontade, também não há milagres. Mas nem por isso se torna menos confrangedor verificar, na prática, o estado brutal de atraso destes media. É mais uma área para ajudar a colocar o país na cauda da Europa em quase tudo. Pessimismo high tech?