28.9.08

Um mundo só deles

«O problema das televisões e dos meios de comunicação em geral é que são tão grandes, influentes e importantes que começaram a criar um mundo só deles. Um mundo que tem muito pouco a ver com a realidade. De resto, esses meios de comunicação não estão interessados em reflectir a realidade do mundo, mas sim em competir entre si. Uma estação televisiva, ou um jornal, não pode permitir-se não ter a notícia que o seu concorrente directo tem. De modo que acabam por observar os seus concorrentes em vez de observar a vida real. Actualmente, os meios de comunicação andam em bandos, quais ovelhas em rebanhos.»

24.9.08

NYT junta o seu povo no TimesPeople

Também o New York Times resolveu criar a sua rede social. Ontem, inaugurou o TimesPeople.

Trata-se de um novo serviço, de acesso livre, que permite, entre outras coisas, saber das actividades de outros utilizadores do TimesPeople através de uma actualização de feeds RSS (tipo Facebook), comentar, debater, recomendar, partilhar, criticar e classificar.

Dito pelo próprio jornal: «TimesPeople is a new way to discover what other readers find interesting on NYTimes.com — and to make recommendations of your own. With TimesPeople, you can share articles, videos, slideshows, blog posts, reader comments, and ratings and reviews of movies, restaurants and hotels.». No fundo, o Times mais não faz que aplicar o modelo das grandes redes sociais.

Marc Frons (cujo cargo tem este estrondoso título: chief technology officer of digital operations) explica: «Criámos o TimesPeople como uma comunidade construída à volta da ideia da partilha de notícias e de informação, permitindo aos nossos leitores ligarem-se a outros leitores com interesses semelhantes.»


A ler:
Rede social "protegida" no WSJ.com
O New York Times no Travessias Digitais

23.9.08

Novidades no ObCiber





Há novidades no site do Observatório do Ciberjornalismo: novo visual (incluindo logótipo), prazos para inscrições no I Congresso Internacional de Ciberjornalismo e informações sobre candidaturas aos Prémios de Ciberjornalismo.

22.9.08

Jornalismo, essência a preservar

«Kovach e Rosenstiel lembram-nos de que a primeira lealdade do jornalismo é para com os cidadãos; de facto, quase toda a consideração sobre ética profissional coloca a tónica num compromisso com o serviço público. Também nos lembram de que a essência do jornalismo é o que eles chamam de "disciplina da verificação". Os jornalistas distinguem o que fazem do trabalho de entertainers, romancistas e propagandistas com a promessa implícita à sua audiência de que não inventaram nada daquilo que incluíram na sua reportagem. Esta lealdade em relação ao público, e a sua colocação em prática através do afirmar da verdade, deveria guiar os jornalistas no uso da informação, onde quer que esta seja obtida.»

Jane B. Singer, in Online Journalism Ethics

20.9.08

Rede social "protegida" no WSJ.com


O WSJ.com bateu recordes de tráfego por altura das recentes mudanças no site, garante um editor da casa. Alan Murray falou com Andy Plesser, da Beet.tv, sobre a lógica que presidiu à criação de uma rede social "protegida", na qual só utilizadores registados, usando o seu nome real, podem entrar e participar.

Mais um sinal de que os ciberjornais (alguns) começam a perceber o potencial (aumento do tráfego, fixação de utilizadores, eventual retorno financeiro) das redes sociais. A ideia de criar comunidades à volta dos ciberjornais não é nova, mas parece estar a ganhar novo fôlego. Talvez por causa do sucesso galopante das grandes redes, como Facebook, MySpace, Hi5 e outras.

17.9.08

WSJ.com privilegia subscritores

O novo visual online do Wall Street Journal está impecável. Compacto, legível, com uma paleta de cores agradável e equilibrada. Nota positiva também para o novo player de vídeo (os vídeos no WSJ.com são embebíveis) e para os slideshows.

Para além das novidades relacionadas com o grafismo, estas mudanças no jornal apontam para o reforço de uma estratégia de fundo: privilegiar o subscritor. Só quem paga tem acesso a certos extras importantes.

Por exemplo, só os subscritores podem ter acesso à comunidade do jornal (uma espécie de rede social, que lhes permite comentar artigos, fazer perguntas a especialistas, ou juntar-se a redes em que se discutem certos assuntos) e à versão alargada do arquivo do site. O WSJ.com diz ter já mais de um milhão de subscritores.


A ler:
What’s new in the WSJ.com redesign
Estúdio de vídeo no WSJ.com


15.9.08

Prémio merecido para ELPAÍS.com

O ELPAÍS.com foi um dos dois premiados (o outro foi o Soitu.es.) na nova categoria dos Online Journalism Awards (2008), a que distingue sites de língua não-inglesa.

Os membros do júri consideraram que a versão digital do ELPAÍS.com é «um exemplo brilhante de como um meio tradicional pode florescer na arena digital» e «fixa a referência pela qual os outros se medem».

Para não ir mais longe no corroborar desta afirmação, basta vermos a recente remodelação gráfica do Le Monde.fr, claramente inspirada no "modelo ELPAÍS.com". É ainda elogiada a oferta do diário espanhol em infografia, «rica em informação e fácil de consumir». Os elogios são inteiramente merecidos.

Depois, estão lá os vencedores do costume (Washington Post, New York Times, CNN.com, etc.). O MSNBC.com., já por várias vezes premiado, desta vez não aparece.


A ler:
Newest Online Journalism Award category won by El Pais and Soitu
ELPAÍS.com gana el Premio a la Excelencia de la Online News Association

9.9.08

Mais um leitor electrónico de jornais

Já não é sem uma ponta de cepticismo que leio as notícias que dão conta do lançamento de mais um leitor electrónico de livros e jornais. Depois do Kindle, da Amazon, e do Sony Reader, agora é uma empresa de Silicon Valley, a Plastic Logic, a prometer a comercialização do seu e-book sem fios no próximo ano.

O caso dos leitores electrónicos parece mais um daqueles em que as empresas querem ir muito mais depressa que os hábitos das pessoas no que toca aos suportes da leitura de livros e de jornais. Faz lembrar o que se tem passado nos formatos de áudio: há anos que se tenta impor ao mercado o formato de alta definição SACD como substituto do velho CD, mas as prateleiras da FNAC e quejandos continuam é cheias dos "velhinhos" discos prateados, que, por sua vez, estão sob a séria ameaça do som fajuto dos MP3.

A propósito, dei comigo a reler o primeiro texto que escrevi sobre leitores electrónicos de jornais. Na altura, falava-se em "flat panels". Foi há doze anos, no Jornal de Notícias. Título: Dois jornais para o próximo milénio.


A ler:
Lecteur électronique de journaux
Um Kindle para ler

Travessias na memória:
A tinta que não pinta
O livro do desassossego