31.10.07

Vídeo no Público.pt, renovação no Diário Digital

E o ciberjornalismo em Portugal move-se! Enfim, um pouco... O Público.pt vai apostar no vídeo e o Diário Digital anuncia uma reformulação gráfica e de conteúdos.

Segundo a Meios & Publicidade (MP), o vídeo vai chegar em breve ao Público.pt, «com conteúdos audiovisuais produzidos internamente e provenientes de agências noticiosas», conforme adianta António Granado.

O Público Vídeo será acompanhado de um "refrescamento" gráfico e de navegação do site. O mais interessante é que este novo serviço terá uma equipa fixa de cinco elementos: um editor, dois jornalistas e dois técnicos. Para a escala do ciberjornalismo português, este é um investimento considerável e um passo audacioso. De saudar, portanto. Ainda para mais numa altura em que, lá por fora, o investimento dos jornais no vídeo aumenta a olhos vistos.

Já a aposta do Diário Digital parece um pouco mais modesta. Ainda segundo a MP, em Janeiro o design será mudado, haverá novas secções, reforço dos conteúdos informativos da área desportiva e económica e da área dedicada aos utilizadores.

Para quem anda a pregar no deserto do ciberjornalismo português há 12 anos, pequenas notícias como estas são particularmente gratificantes, acreditem.


A ler:
Site do Público com canal de vídeos
Novo Portugal Diário em Janeiro

28.10.07

O telemóvel reporta



Nos recentes incêndios na Califórnia, as imagens recolhidas por telemóvel foram abundantemente mostradas em sítios de média mainstream, como a CNN ou a NBC. A catástrofe foi um momento privilegiado para observar algumas tendências que estão a ganhar terreno no ciberjornalismo.

As fotos e os vídeos de telemóvel, como se sabe, não têm grande qualidade, mas, em situações como esta, servem para captar, com aquele carácter de urgência do momento, o que se passa em pontos muito distintos de uma grande área geográfica. Por isso, ainda que captados por cidadãos, passam a ter "valor noticioso".

No caso destes incêndios, o que mais impressionou foi a quantidade sem precedentes de vídeos captados e disponibilizados em ciberjornais de peso. Algumas empresas, como a NBC, já estão a fazer parcerias com novas empresas, especializadas em partilha de vídeos de telemóvel, como a Veeker, para gerirem os fluxos deste tipo de imagens.

O telemóvel como ferramenta de "reportagem" está aí.


A ler:
Mainstream media se apropriando das tecnologias e das estratégias dos amadores

27.10.07

Palmas e Bordoadas: no Expresso

Por vezes, dá a impressão que o Expresso chega a sábado já muito cansado de uma semana inteira de trabalho. O resultado é este: primeiras páginas desertas.

26.10.07

No Travessias

No Travessias, o "irmão mais velho" do Travessias Digitais, entradas sobre Zygmunt Bauman, David Sylvian, Krzysztof Kieslowski, Stephan Micus, Robert Wyatt, Akira Kurosawa, Jim Jarmusch e Tom Waits.

25.10.07

Vídeo cresce nos jornais

O vídeo é cada vez mais utilizado pelos jornais, em especial os norte-americanos. Andy Dickinson, professor de ciberjonalismo na universidade de Central Lancashire, traduziu em números aquilo que é visível em muitos ciberjornais.

Os jornais diários produzem agora entre 4 e 8 vídeos por semana, enquanto os semanários se ficam, no máximo, pelos 4. A duração média de cada vídeo é de 2-3 minutos. Demora cerca de uma hora a produzir 1 minuto de vídeo.

Os resultados pormenorizados do inquérito online conduzido por Dickinson podem ser vistos aqui.


(dica de Editors Weblog)

24.10.07

JPN experimenta infografia digital

Tal como acontece com a reportagem multimédia, a infografia digital, considerada por alguns autores como um novo género jornalístico, está ainda por explorar nos principais ciberjornais portugueses.

A infografia digital tem, em termos narrativos, um potencial enorme. Isso mesmo nos têm mostrado El País, o El Mundo, o New York Times, entre outros.

Mas nem só entre os grandes se fazem experiências neste novo território. No JPN, o portal do curso de Ciências da Comunicação da Universidade do Porto, foi criada uma pequena equipa multidisciplinar com o objectivo de produzir trabalhos nesta área. A primeira infografia digital (multimédia, em Flash) mostra como funciona a técnica que venceu o Nobel da Medicina.

20.10.07

Recrutas em Flash

Dois repórteres do St. Louis Post-Dispatch acompanharam, durante nove semanas, um grupo de recrutas do Exército norte-americano. O resultado foi uma reportagem multimédia, produzida em Flash, dividida em seis partes e com uma componente vídeo bastante assinalável.

Trabalhos em Flash, como este Reporting for Duty, que, apesar de interessante, não chega aos calcanhares de outras reportagens multimédia premiadas (MSNBC, Washington Post, etc.), têm vindo a ser produzidos, cada vez mais de forma regular, por jornais norte-americanos.

Mas, tal como pergunta Robert Niles, na Online Journalism Review, até que ponto este formato serve a audiência? Que se aprendeu até agora sobre narrativa jornalística em Flash? Que devem os jornalistas fazer para ajudar a consolidar as normas de produção?

Apesar das muitas questões em aberto, a reportagem multimédia, que experimento com os meus alunos de Ciências da Comunicação desde 2004, é um dos campos mais desafiantes e fascinantes do ciberjornalismo. Infelizmente, os média online portugueses encontram-se ainda praticamente a zero nesta matéria.

18.10.07

A revolução na informação

Michael Wesch, professor de Antropologia Cultural na Kansas State University, colocou no YouTube um vídeo sobre a evolução no modo como nós encontramos, armazenamos, criamos, criticamos e partilhamos informação.

Wesch, de quem já passámos aqui no Travessias Digitais o vídeo Web 2.0... The Machine is Us/ing us, diz que Information R/evolution é um ponto de partida para o debate sobre o futuro próximo e as aptidões necessárias para criar, avaliar e gerir informação de forma correcta.

Por aqui se vê que, dos pesados e lentos arquivos tradicionais às alucinantes buscas no Google, foi um enorme passo, dado à velocidade da luz.

15.10.07

"Querer comprender" El País no YouTube

O anúncio de televisão do 'novo' El País (ver entrada anterior) já está no YouTube. Se a ideia é piscar o olho às gerações mais novas, o pequeno spot parece acertar. No texto, no tom e no ritmo:

14.10.07

Chaves para compreender o 'novo' El País

El País, o maior diário espanhol, com 31 anos de história, vai mudar no próximo domingo. A ordem das secções será alterada e haverá «janelas e novos formatos e linguagens. Objectivo: fornecer chaves para compreender.»

A propósito das mudanças que se avizinham, o director do jornal, Javier Moreno, procura responder a uma questão simples: para quê mudar? «Cambiamos por responsabilidad; por responsabilidad con nosotros mismos, en primer lugar, como periodistas; por responsabilidad con nuestros lectores y, por extensión, por responsabilidad con la sociedad a la que nos dirigimos y con la que ya contrajimos ese compromiso hace 31 años, cuando el periódico vio la luz por vez primera.»

Moreno rejeita a ideia de que o jornalismo esteja em crise. Mostra-se, antes, mais preocupado como futuro da democracia e com a ligação às novas gerações : «Por eso no creemos que el periodismo esté en crisis; y si nos hubiéramos de preocupar por el futuro de los periódicos, mejor haríamos en hacerlo por el futuro de la democracia misma. Por eso cambiamos. Un periódico es, entre otras muchas cosas, una mirada compartida con sus lectores a lo largo de los años. Y para seguir desempeñando esa función con éxito en los próximos 15 o 20 necesitamos conectar con las generaciones que se convertirán en el eje central de este país en ese periodo de tiempo. A todos los niveles: un nuevo discurso narrativo; otra manera de contar lo que sucede; cómo se les ofrece y qué se les ofrece; un nuevo perfil de la modernidad, que ahora tiene poco que ver con la que se impuso hace tres décadas; Internet.»

A ler:
EL PAÍS cambia con sus lectores
De cómo y para qué se ejerce el periodismo

11.10.07

Palmas e Bordoadas: a ver qual a mais frívola














A avaliar pela qualidade das capas, as newsmagazines nacionais parecem apostadas em competir umas com as outras no campeonato da frivolidade.

Anda o país e o mundo com tantos problemas sérios para tratar e investigar e estas vêm com temas gastos, banais, inócuos, frívolos. De um ponto de vista jornalístico, são bagatelas. Estará mesmo cientificamente provado que as bagatelas vendem?

10.10.07

Jornais e blogues na mesma onda

De início, os jornais estranharam ou desprezaram os blogues. Agora, não só os acolhem nas suas páginas online como até, nalguns casos, partilham os lucros da publicidade.

Recentemente, o Washington Post e o Guardian acrescentaram um "blog roll" (lista de blogues) patrocinado às suas edições na Web. Se algum dos blogues listados conseguir vender um anúncio, o lucro é divido entre o jornal e o bloguista.


A ler:
From despising blogs to sharing revenue
Newspapers, bloggers now on the same page

8.10.07

Ciberjornalismo de investigação

No Público, Paulo Moura escreve hoje, no Caderno P2, um artigo interessantíssimo sobre a "invenção" de um novo género de reportagem: o ciberjornalismo de investigação.

Moura entrevistou, entre outros, o jornalista Neil Doyle, que há muito perscruta os meandros da Al-Qaeda na Internet. Algumas citações a reter:

«Nos últimos 18 meses, ainda segundo Neil Doyle, as autoridades começaram a prestar atenção à Internet. Mas levam um grande atraso. O mesmo se passa com os jornalistas. Só agora alguns se apercebem de que, em certas áreas, se querem investigar, têm de investigar na Net. Não é exactamente o mesmo que passar a viver no Second Life, porque não podem perder o contacto com o mundo real. Mas é preciso mergulhar no universo específico da Internet. E saber fazê-lo.»

«"As capacidades de um jornalista devem ser usadas da mesma forma, quer se esteja no mundo real, quer no virtual. A Internet é apenas um novo território que é preciso cobrir", explica ele. "Continuo a usar o telefone e a encontrar-me com pessoas, como qualquer repórter."»

«Fazer uma cobertura rigorosa e sistemática da Net, seja qual for a área de trabalho, deveria ser ensinado nas escolas de jornalismo, diz Doyle. "Endereços de páginas web têm de começar a integrar a agenda de qualquer jornalista."»

«"As pessoas confiam de mais. Acham que é verdade porque está na Net. Diz-se que os jornais são o primeiro esboço da História. A Net está a substituí-los."»


A ler:
Investigar o real no mundo virtual (Público, Caderno P2, 8.10.2007)

6.10.07

"Jornalismo Digital de Terceira Geração"

O livro Jornalismo digital de terceira geração está disponível, em versão PDF, no sítio do Labcom. Publicado recentemente e organizado por Suzana Barbosa, reúne os artigos apresentados durante as “Jornadas Jornalismo On-line.2005: Aspectos e Tendências”, na Universidade da Beira Interior.

Além dos artigos dos seis participantes das Jornadas (Anabela Gradim, António Fidalgo, Concha Edo, Jim Hall, João Canavilhas e Suzana Barbosa), «o livro agrega mais duas importantes contribuições produzidas pelos autores brasileiros Elias Machado, Marcos Palacios e Paulo Munhoz. De um modo geral, os textos que integram este livro-colectânea reflectem a evolução do jornalismo digital.»

(dica de irreal.tv)

Também disponível em PDF está o livro Journalism 2.0: How to Survive and Thrive. A digital literacy guide for the information age, de Mark Briggs.

Trata-se de uma espécie de manual de actualização e sobrevivência dos jornalistas no acelerado mundo da Web 2.0 e tudo o que ela comporta. Os capítulos finais são reservados aos novos métodos de reportagem (multimédia, naturalmente) na Web.

4.10.07

Vídeo: ciberjornais apostam no 'outsourcing'

No que ao vídeo diz respeito, os jornais de peso estão a apostar no outsourcing.

Por exemplo, os vídeos dos sites do Guardian e do Daily Telegraph vão ser geridos pela empresa norte-americana Brightcove, que já tem na sua carteira de clientes o Wall Street Journal e o Washington Post, entre outros.

A ideia é simples: quando os jornais, cuja matéria-prima principal é o texto, não têm meios técnicos ou humanos para gerir um medium que à partida lhes é estranho, contratam quem sabe do assunto. Não custa muito: basta saber definir prioridades e ter capacidade de concretização.

O "player" da Brightcove no Telegraph vai ter este aspecto:

(dica de Beet.tv)

3.10.07

Blogues são para acompanhar

«Os blogs e todos esses sistemas novos podem parecer frágeis, pouco confiáveis e pouco sérios. Mas eles são uma demonstração da criatividade e inovação que está acontecendo fora do âmbito do jornalismo tradicional. Ao completar sua primeira década, o jornalismo online entra numa etapa de seu desenvolvimento onde é vital acompanhar de perto e estudar o significado dessas iniciativas que estão surgindo na medida em que a Revolução Digital avança e rompe os paradigmas tradicionais da comunicação. Se quisermos manter vivo o jornalismo independente e profissional, que é tão importante para a democracia, precisamos adaptá-lo ao novo ambiente midiático que está em formação.»

Rosental Calmon Alves, Comunicação e Sociedade, vol. 9-10