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31.7.09

Um teste à convergência na Impresa

A aposta tem toda a marca dos modelos de convergência empresarial e integração de redacções que andam a ser testados por esse mundo fora: as redacções do norte da SIC, do Expresso e da Visão, do grupo Impresa, vão ser "unificadas" (fica, para já, por saber exactamente de que forma e até que ponto) e partilhar o mesmo espaço, num novo edifício, em Matosinhos.

Luís Marques, director-geral da SIC, disse ao JN que "a ideia é diluir fronteiras e criar orgânicas de partilha. Mais tarde ou mais cedo vamos fazer o mesmo na capital". Trata-se, portanto, de uma experiência-piloto, a todos os títulos interessante.

Esta será uma boa oportunidade para se testar possíveis virtudes e prováveis problemas do modelo da convergência, que, noutros países, tem suscitado algum debate. E permitirá, daqui algum tempo, responder a questões como:

  • a integração das redacções é potenciadora de uma eventual diminuição de postos de trabalho? (pergunta clássica dos críticos da convergência)
  • há uma substancial redução de custos de funcionamento?
  • os jornalistas estão preparados/formados para trabalhar sob este modelo?
  • a articulação, no dia-a-dia, entre jornalistas do "papel" e do audiovisual é pacífica?
  • a qualidade do trabalho dos jornalistas sai prejudicada por um eventual acumular de tarefas e funções resultante da produção para várias plataformas?
  • o modelo origina maior diversidade de conteúdos ou conduz a uma homogeneização dos mesmos?

Agora, quem está do lado de cá, no lugar do simples leitor do Expresso e da Visão, tem uma questão bem mais simples e prosaica a colocar à Impresa: vamos ter um jornalismo menos acomodado e balofo do que aquele que nos tem dado nos últimos anos?


A ler:
SIC, Visão e Expresso juntam redacções e testam novo modelo no Norte

23.1.09

A reinvenção do El País

No recente anúncio da "mudança estrutural" no El País, é importante atentar na semântica. Juan Luis Cebrián já não fala tanto em convergência de redacções, mas antes em "fusão" e "integração":

«La redacción de EL PAÍS se fundirá con la de su edición en internet (que hasta el momento dependía de otra empresa del grupo, Prisacom). Esta integración no se limita a un nivel periodístico, sino que constituye también una fusión de operaciones económicas.»

Até agora, tem-se falado muito em convergência, na necessidade da mesma, etc.. Mas, na hora de a levar à prática, tudo se complica. No entanto, face à crise que as aperta, as empresas começam a perceber que não basta convergir: torna-se necessário fundir mesmo, de modo a criar condições para produzir, segundo um modelo multiplataforma, para papel, web e telemóveis.

Vai ser interessante, pois, seguir com atenção as grandes mudanças anunciadas no El País e verificar até onde vai a "fusão", à volta da qual vão girar 500 jornalistas.


A ler:
El País se reinventa
Mudança integral no El Mundo

16.12.08

Integração de redacções no Público

A verdadeira integração de redacções (tradicionais e online) é ainda uma realidade distante da maior parte das redacções do país. Parece haver, por parte das empresas jornalísticas, uma grande hesitação, quer quanto aos modelos a seguir, quer em relação aos meios a empregar.

De qualquer modo, surgem sinais de que, pelo menos, há consciência de que, num contexto geral de dificuldades para a imprensa, se está a andar muito devagar. Exemplo disso são as recentes declarações do director do Público à Meios & Publicidade.

José Manuel Fernandes reconhece que «o caminho é grande [para a integração] e tem de ser percorrido mais depressa» e que «o mundo dos jornais está a mudar, e quando temos mais leitores no online do que na edição em papel», é preciso acompanhar essa mudança.

Que os jornais já perceberam que têm de mudar, não é novidade. O problema é que, em geral, mudam mais devagar do que seria desejável, porque as resistências à mudança são sempre muitas e nada fáceis de ultrapassar.


A ler:
Público quer “acelerar” processo de integração de redacções

3.4.08

Ciberjornalismo incerto

O Ciberp@ís destaca hoje algumas, breves, conclusões de um encontro à porta fechada, no âmbito do recente Congresso de Periodismo Digital, em Espanha, entre directores de diversos meios online de primeira linha.

O documento resultante da reunião, em que se discutiu o futuro do jornalismo na Internet, novos modelos e integração de redacções, aponta num sentido: incerteza.

Ficou patente a desorientação que impera quanto à integração de redacções de papel e Web, bem como quanto a novos formatos e formas de rentabilizar as edições online (um calcanhar de Aquiles clássico no ciberjornalismo). Ficou claro que «há mais intuições que certezas, mais tentativas que acertos.»


A ler:
La incertidumbre domina el debate en el Congreso de Periodismo Digital

22.3.08

Assim é o novo Mundo

O diário espanhol El Mundo mudou para um novo edifício e reforçou a aposta na convergência, uma tendência cada vez mais imparável.

As redacções tradicional e digital partilham agora o mesmo espaço, dividido também por outras duas publicações do grupo Unidad Editorial, Marca e Expansión. No total, são 900 jornalistas distribuídos por 18 mil metros quadrados.

O jornal preparou um trabalho especial sobre estas mudanças. Inclui fotos, vídeos, gráficos e, claro, infografia digital, área em que El Mundo se tem destacado. Assim é o novo Mundo.

21.3.08

"Novo" Correio da Manhã desilude

O "novo" Correio da Manhã na Web tem um novo desenho, ligeiramente mais agradável que o anterior, mas não convence. No essencial, o jornal não alterou quase nada.

A anunciada aposta no vídeo ainda está por ver, a não ser que nos queiram dizer que pespegar vídeos do YouTube no final de uma ou outra notícia seja "apostar" no vídeo. A arquitectura da versão online do diário também parece ser pouco propícia a dinâmicas de convergência, mas aqui teremos de dar o benefício da dúvida.

Além disso, verifica-se que subsistem problemas muito básicos por resolver. Por exemplo, as notícias, despejadas automaticamente do papel para a Web (shovelware), nem sequer são separadas por espaços. Talvez devido à mudança recente, há muitos links "mortos". E lá aparece ainda a reprodução da primeira página do Correio da Manhã dos quiosques, opção que já teve o seu tempo.

Há dias, aplaudi o anúncio das novidades que o jornal prometia e que passavam pela introdução de uma área de vídeos e um fórum de discussão diária, de modo a promover mais a «interactividade junto dos leitores», mas já suspeitava de que, sem reforço da pequena equipa online do CM, seria difícil ver resultados credíveis e sustentáveis.

Esperemos que, com o tempo, o Correio da Manhã prove que não pariu um rato online na passagem do seu 29º aniversário.


A ler:
Correio da Manhã a caminho da convergência

15.3.08

Correio da Manhã a caminho da convergência

Na próxima quarta-feira, data em que assinala o 29º aniversário, o Correio da Manhã estreia um novo visual, com uma «nova hierarquização de assuntos». Será também introduzida uma área de vídeos e um fórum de discussão diária, de modo a promover mais a «interactividade junto dos leitores».

Estas mudanças são de aplaudir, uma vez que, quer ao nível de vídeo, quer em termos de interactividade, a generalidade dos media online noticiosos portugueses é muito fraca. Veremos se há um reforço da equipa online, actualmente composta por apenas quatro jornalistas, que permita levar a bom porto esta aposta. É que, por exemplo, a produção própria de Web-vídeo não é compatível com equipas tão pequenas.

O diário da Cofina parece também decidido a acompanhar os ventos que sopram a favor da convergência: «toda a redacção vai passar a estar envolvida na produção noticiosa para a plataforma online, que terá actualizações constantes durante o dia.» (Meios & Publicidade). Cá estaremos para ver os resultados.

31.1.08

Diário Económico converge

O Diário Económico prepara-se para, nos próximos meses, apostar na convergência. As redacções online e tradicional serão fundidas e todos os jornalistas contribuirão para a edição do jornal na Web.

A aposta, explicou o director, André Macedo, à Meios & Publicidade, é «permitir ao jornal reflectir na internet a grande equipa de jornalistas que tem, a capacidade em conseguir notícias.»

O DE segue, assim, o caminho que outros média nacionais já percorrem há algum tempo, como é o caso, por exemplo, do Expresso e da SIC.


A ler:
Diário Económico lança novas secções e reformula online
Convergência multimédia na SIC
O Diário Económico no Travessias Digitais

21.12.07

Ciberjornalismo em Portugal 2007

2007 não foi um ano de boa colheita para o ciberjornalismo em Portugal. No essencial, confirmou a relativa estagnação, em termos de investimento e inovação, vivida após o "boom" registado na viragem do século. Ainda assim, algumas marcas merecem registo.

O Público.pt foi, de novo, o que mais se destacou pela positiva. Fez uma remodelação gráfica significativa e apostou no vídeo, criando, para o efeito, uma pequena equipa. Nas restantes edições online dos principais diários nacionais, o panorama manteve-se, a todos os títulos, deprimente.

O Expresso online fez algumas mudanças. O grafismo melhorou. A aposta no vídeo (Expresso TV) foi feita, ainda que de forma limitada. A interacção com os leitores foi fomentada. Notou-se preocupação em reforçar a componente multimédia.

Da SIC, também do grupo Impresa, vieram sinais claros de aposta na convergência, numa lógica de integração de redacções, televisiva e online. A nível internacional, a convergência deu muito que falar, dividindo analistas quanto aos prós e contras da tendência. Mas, tal como o vídeo, parece ter vindo para ficar. A rádio começou a perceber isto. Logo no início do ano, o site da Rádio Renascença começara a incorporar vídeo.

No Diário Digital, houve uma discreta mudança de director: Pedro Curvelo substituiu Filipe Rodrigues da Silva. O jornal anunciou, para Janeiro, novas secções e o reforço dos conteúdos informativos da área desportiva e económica e da área dedicada aos utilizadores. O concorrente mais directo, o PortugalDiário, está, há muito tempo, na mesma.

Esperemos, pois, que 2008 sirva para dar a volta ao generalizado estado de penúria ciberjornalística nacional. Mesmo assim, já vamos chegar tarde ao futuro.

23.11.07

New York Times também converge

O New York Times também entrou na onda da convergência. Acaba de estrear um novo edifício, desenhado pelo famoso arquitecto Renzo Piano, onde trabalharão juntas as redacções tradicional e digital (até agora funcionavam em edifícios separados).

A propósito desta mudança, o diário nova-iorquino produziu um vídeo que nos permite ver e entrar no novo mundo, convergente e integrado, do Times. Os editores Jim Roberts e Jon Landman explicam as vantagens de jornalistas e ciberjornalistas partilharem o mesmo espaço:

17.11.07

Público.pt com novo grafismo

Depois de amanhã, o Público.pt estreia um novo desenho. Terá três colunas, em vez das actuais quatro, com a barra de navegação a passar da vertical à esquerda para a barra superior horizontal, à semelhança do que fazem vários ciberjornais de referência, como é o caso do ELPAÍS.com.

A principal novidade, como já aqui referi, é a aposta no vídeo, com a criação do Público Vídeo, secção de cinco elementos liderada por Alexandre Martins, editor Multimédia. «Focado em reportagens e entrevistas, o Público Vídeo pretende contar com a colaboração de todos os profissionais da redacção do diário.» (Meios & Publicidade). Há aqui, portanto, um pequeno passo dado no sentido da convergência.


16.11.07

Convergência multimédia na SIC

A convergência lá vai dando os seus passinhos em Portugal. Segundo a Meios & Publicidade, a SIC vai apostar numa lógica de integração de redacções, televisiva e online. Os jornalistas da SIC vão passar a redigir notícias primeiro para suporte online e depois para televisão.

Deste modo, os jornalistas trabalharão em simultâneo para várias plataformas. SIC, SIC Notícias e SIC Online passam a contar com o contributo de todos os jornalistas. A SIC Online passa de uma equipa de sete pessoas para um potencial de mais de 100 jornalistas.

Os responsáveis da estação, que ontem apresentaram o projecto, explicam que a estratégia multimédia implicará também a distribuição de telemóveis 3G com câmara de filmar a jornalistas da redacção, para que estes possam recolher e enviar ficheiros a utilizar em qualquer um dos suportes. O Washington Post foi um dos pioneiros nesta aposta.

A convergência de redacções divide as classes jornalísticas. Muitos receiam que a multiplicação de tarefas acabe por afectar a qualidade do trabalho produzido: haverá menos tempo para rever, verificar, contrastar, aprofundar e, sobretudo, investigar, algo que (infelizmente) se tornou um verdadeiro luxo no jornalismo contemporâneo. Do lado empresarial, esta opção é, em geral, vista com muito melhores olhos.


A ler:
SIC com redacção multimédia

12.11.07

BBC News aposta na convergência

A convergência de média em grupos de comunicação multimédia está longe de ser um tema gerador de consensos. Não obstante, a tendência vai somando adeptos de peso, como é o caso, recente, da BBC.

A BBC News prepara-se para integrar numa nova redacção multimédia a sua principal produção televisiva, radiofónica e online, o que obriga a uma reorganização geral substantiva.

O grupo vai ainda investir mais em notícia on demand, incluindo o desenvolvimento de conteúdo para diversas plataformas, como telemóveis, e produzir mais conteúdos em áudio e vídeo especificamente para a Web.


A ler:
BBC News unveils integrated newsroom
Telegraph de ponta II
Boston Globe funde redacções

27.9.07

O Público espanhol

Numa altura em que tanto se fala de crise na imprensa e de jornais gratuitos, a Espanha vê nascer um diário pago, o Público, pela mão do grupo Mediapro.

Há algumas particularidades neste lançamento que merecem registo. A começar pelo perfil do director: Ignacio Escolar tem 31 anos e é um dos mais populares bloguistas do país. Novidade a nível mundial uma escolha deste tipo.

Goste-se ou não, Escolar vem com algumas rupturas na manga: diz, por exemplo, que o jornal não precisa de editorial, pois considera este género de artigo coisa do século XIX.

Depois, o novo diário diz logo ao que vem. Público assume-se como jornal de esquerda. A Mediapro é vista como próxima de Zapatero. (Pena que, em pleno século XXI, jornais "de qualidade" nasçam logo com rótulos políticos e, aparentemente, colados a estratégias estranhas ao jornalismo. Naturalíssimo, dirão alguns...).

O Público quer conquistar leitores jovens, que andam todos a fugir para o Hi5, MySpace e Second Life e pouco querem saber de tecnologias de papel. É compacto. Aposta num grafismo "fresco" e explora a infografia. É todo a cores. Tem uma redacção única (para o papel e para a web, uma aposta na convergência, portanto) de 140 jornalistas, quase todos na faixa etária do director. E só custa 50 cêntimos (o Público português custa quase o dobro).

Na versão online, ainda muito incipiente, o Público.es, é, em termos gráficos, semelhante ao ELPAÍS.com, mas um pouco menos comedido. Por exemplo, no tamanho, grande, das fotos.

No texto de apresentação do novo jornal, o director começa por citar o comediante Seinfeld.


Outras leituras:
Será que dá?
Público, a new quality spanish views-paper in a booming market

3.7.07

A relevância do jornalismo

«Em suma, há poucas dúvidas de que a convergência e os novos media desafiam as noções tradicionais de jornalismo de várias maneiras, mas ao mesmo tempo sublinham a relevância do jornalismo profissional num ambiente sobrecarregado de informação.»

Konstantinos Saltzis,
'News production in the age of convergence: a study on the changing practices and role of journalists’, in revista Tripodos (extra 2007)

30.6.07

Telegraph de ponta II

Depois do slideshow, podemos agora ver o vídeo sobre a integração multimédia no Daily Telegraph. Foi produzido pelo Innovation International Media Consulting Group e apresentado no recente World Newspaper Congress, na Cidade do Cabo.

A palavra-chave aqui é integração:

5.4.07

Convergência no jornalismo

«A convergência reconhece que os consumidores de notícias estão a ganhar mais controlo sobre o processo noticioso. Que a mudança nas forças de controlo das notícias exige mudanças no modo de produzir notícias. Convergência tem a ver com ser suficientemente flexível para fornecer notícias e informação a qualquer um e a toda a gente, em qualquer altura e a toda a hora, em qualquer lugar e às vezes em todo o lado sem abandornar os valores jornalísticos fundamentais. A convergência recentra o jornalismo na sua missão principal – informar o público acerca do mundo da melhor maneira possível e disponível. A convergência tem como objectivo dar escolhas às audiências através da coordenação e cooperação na recolha e apresentação de notícias.»

Janet Kolodzy, Convergence Journalism.

21.6.06

Boston Globe funde redacções

O jornal Boston Globe decidiu juntar as redacções tradicional e digital (a do Boston.com), que até aqui funcionavam cada uma para seu lado. Objectivo: maximizar as sinergias.

O funcionamento de ambas as redacções será coordenado por um editor geral. Será Martin Baron a decidir como serão editadas e apresentadas as notícias nas edições em papel e online.

O publisher Richard Gilman explica assim a decisão: "estamos numa nova fase de elevada competição contra fornecedores massivos de informação. Estamos a experimentar uma mais profunda interdependência entre imprensa, online e comunicações móveis. E lutamos diariamente para satisfazer complexas exigências das audiências. Para florescermos neste novo ambiente, precisamos de ter uma abordagem mais integrada.»

Eis, pois, uma opção que faz todo o sentido.

(dica de António Granado)

A ler:
Boston Globe Announces Integration of Boston.com Website