27.9.07

O Público espanhol

Numa altura em que tanto se fala de crise na imprensa e de jornais gratuitos, a Espanha vê nascer um diário pago, o Público, pela mão do grupo Mediapro.

Há algumas particularidades neste lançamento que merecem registo. A começar pelo perfil do director: Ignacio Escolar tem 31 anos e é um dos mais populares bloguistas do país. Novidade a nível mundial uma escolha deste tipo.

Goste-se ou não, Escolar vem com algumas rupturas na manga: diz, por exemplo, que o jornal não precisa de editorial, pois considera este género de artigo coisa do século XIX.

Depois, o novo diário diz logo ao que vem. Público assume-se como jornal de esquerda. A Mediapro é vista como próxima de Zapatero. (Pena que, em pleno século XXI, jornais "de qualidade" nasçam logo com rótulos políticos e, aparentemente, colados a estratégias estranhas ao jornalismo. Naturalíssimo, dirão alguns...).

O Público quer conquistar leitores jovens, que andam todos a fugir para o Hi5, MySpace e Second Life e pouco querem saber de tecnologias de papel. É compacto. Aposta num grafismo "fresco" e explora a infografia. É todo a cores. Tem uma redacção única (para o papel e para a web, uma aposta na convergência, portanto) de 140 jornalistas, quase todos na faixa etária do director. E só custa 50 cêntimos (o Público português custa quase o dobro).

Na versão online, ainda muito incipiente, o Público.es, é, em termos gráficos, semelhante ao ELPAÍS.com, mas um pouco menos comedido. Por exemplo, no tamanho, grande, das fotos.

No texto de apresentação do novo jornal, o director começa por citar o comediante Seinfeld.


Outras leituras:
Será que dá?
Público, a new quality spanish views-paper in a booming market

Sem comentários:

Enviar um comentário