Mostrar mensagens com a etiqueta televisão. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta televisão. Mostrar todas as mensagens

31.7.09

Um teste à convergência na Impresa

A aposta tem toda a marca dos modelos de convergência empresarial e integração de redacções que andam a ser testados por esse mundo fora: as redacções do norte da SIC, do Expresso e da Visão, do grupo Impresa, vão ser "unificadas" (fica, para já, por saber exactamente de que forma e até que ponto) e partilhar o mesmo espaço, num novo edifício, em Matosinhos.

Luís Marques, director-geral da SIC, disse ao JN que "a ideia é diluir fronteiras e criar orgânicas de partilha. Mais tarde ou mais cedo vamos fazer o mesmo na capital". Trata-se, portanto, de uma experiência-piloto, a todos os títulos interessante.

Esta será uma boa oportunidade para se testar possíveis virtudes e prováveis problemas do modelo da convergência, que, noutros países, tem suscitado algum debate. E permitirá, daqui algum tempo, responder a questões como:

  • a integração das redacções é potenciadora de uma eventual diminuição de postos de trabalho? (pergunta clássica dos críticos da convergência)
  • há uma substancial redução de custos de funcionamento?
  • os jornalistas estão preparados/formados para trabalhar sob este modelo?
  • a articulação, no dia-a-dia, entre jornalistas do "papel" e do audiovisual é pacífica?
  • a qualidade do trabalho dos jornalistas sai prejudicada por um eventual acumular de tarefas e funções resultante da produção para várias plataformas?
  • o modelo origina maior diversidade de conteúdos ou conduz a uma homogeneização dos mesmos?

Agora, quem está do lado de cá, no lugar do simples leitor do Expresso e da Visão, tem uma questão bem mais simples e prosaica a colocar à Impresa: vamos ter um jornalismo menos acomodado e balofo do que aquele que nos tem dado nos últimos anos?


A ler:
SIC, Visão e Expresso juntam redacções e testam novo modelo no Norte

6.8.08

SIC Online estreia "Widget"

A SIC Online estreia, amanhã, o Widget SIC. Trata-se de uma aplicação que permite ao utilizador ter acesso directo a notícias, vídeos e mesmo a emissão em directo sem ter de aceder ao site da estação de Carnaxide.

A "plataforma de conteúdos" pode ser instalada no ambiente de trabalho do computador, adicionada a um blogue ou exportada para redes sociais.

A ideia é, segundo Pedro Soares, director da SIC Online, estar mais próximos dos utilizadores: «O objectivo é ir de encontro aos utilizadores em vez de serem eles a procurarem a SIC.” (Media & Publicidade). O novo Widget «terá uma forte componente viral, com a possibilidade de envio a outros utilizadores de forma intuitiva».

Ou seja, a SIC Online não quer perder o comboio da Web 2.0.


A ler:
A SIC no Travessias Digitais

16.3.08

Média ganham norte

Não serei aqui o juiz mais isento, uma vez que se trata de trabalho produzido por alunos que conheço de perto, mas acho que vale mesmo a pena espreitar as peças que fizeram no JPN (ciberjornal do curso de Ciências da Comunicação da Universidade do Porto) sobre mudanças nos média a norte do país: nascimento da RNTV, reforço no Rádio Clube Português, o desafio dos gratuitos:

Media: Mudanças a Norte


15.1.08

Do "web vídeo" para a televisão

É curioso ver como os ciberjornais começam a deixar de falar em "Web vídeo" e, sem complexos, adoptam "Web TV". Os jornais estão a entrar no mundo da televisão. Caso mais recente: o Daily Telegraph vai estrear sete "programas de TV" no seu site.

Mas, se formos ao Expresso online, já temos o Expresso TV. No ELPAÍS.com, o ELPAÍSTV. No Telegraph, o Telegraph TV. A palavra "TV", em vez de "vídeo", faz aqui toda a diferença, também em termos semânticos.

Nos casos do Telegraph e do ELPAÍS, que, note-se, estão ainda longe de constituir a maioria, o visionamento online assemelha-se à experiência de assistir a um telejornal: as peças em vídeo disponíveis sucedem-se. A diferença é que não há (por enquanto...) um pivot para fazer as ligações.

Se a moda pega, para quê ligar a TV?

16.11.07

Convergência multimédia na SIC

A convergência lá vai dando os seus passinhos em Portugal. Segundo a Meios & Publicidade, a SIC vai apostar numa lógica de integração de redacções, televisiva e online. Os jornalistas da SIC vão passar a redigir notícias primeiro para suporte online e depois para televisão.

Deste modo, os jornalistas trabalharão em simultâneo para várias plataformas. SIC, SIC Notícias e SIC Online passam a contar com o contributo de todos os jornalistas. A SIC Online passa de uma equipa de sete pessoas para um potencial de mais de 100 jornalistas.

Os responsáveis da estação, que ontem apresentaram o projecto, explicam que a estratégia multimédia implicará também a distribuição de telemóveis 3G com câmara de filmar a jornalistas da redacção, para que estes possam recolher e enviar ficheiros a utilizar em qualquer um dos suportes. O Washington Post foi um dos pioneiros nesta aposta.

A convergência de redacções divide as classes jornalísticas. Muitos receiam que a multiplicação de tarefas acabe por afectar a qualidade do trabalho produzido: haverá menos tempo para rever, verificar, contrastar, aprofundar e, sobretudo, investigar, algo que (infelizmente) se tornou um verdadeiro luxo no jornalismo contemporâneo. Do lado empresarial, esta opção é, em geral, vista com muito melhores olhos.


A ler:
SIC com redacção multimédia

4.7.07

Paris Hilton a abrir? Passa-me aí o isqueiro...

Gostei de ver a "pivot" da MSNBC (canal por cabo) Mika Brzezinski partir a louça toda, em directo, em protesto contra o facto de os seus editores terem escolhido como tema de abertura a saída da "socialite" Paris Hilton da prisão. Momento único, infelizmente raro, na miserável televisão dos nossos dias:

6.3.07

"Egopublishing": os egos publicam-se

O meio "sou eu", "e eu, "e eu" e por aí fora. No Ciberpaís, pode ler-se uma reportagem sobre o egopublishing, um neologismo a juntar às torrentes que a Web tem gerado. Há muitos cibernautas que têm hoje o seu "canal de televisão" ou a sua "rádio" online. E respectivas audiências.

Se fosse vivo, McLuhan teria, talvez, de fazer umas reconsiderações quanto à sua célebre frase "o meio é a mensagem". Talvez mudasse para algo do género: "a mensagem sou eu".

28.1.07

'Mediamorfose' no Travessias

O meu vestusto blogue generalista, o Travessias, está em plena mediamorfose experimental (o Roger Fidler que me perdoe o exagero...). O texto é cada vez mais acompanhado de fotografia e vídeo, graças à ajuda do YouTube, Google Video e quejandos. Portanto, está a transformar-se num híbrido, algures entre o blogue, o fotoblogue e o videoblogue.

Quando se fala de música ou de cinema, por exemplo, aqueles sites de vídeo têm material fabuloso, recente ou antigo, que pura e simplesmente não "passa" nos nossos canais de televisão. Frank Zappa a gravar em estúdio em 1968? Um excerto do filme Caravaggio, de Derek Jarman? O trailer de Citizen Kane? A Laurie Anderson a contar uma das suas mirabolantes histórias? O Rufus a cantar uma música dos Beatles? O Antony ao vivo num programa de TV em dueto com Boy George? As CocoRosie ao vivo algures nos EUA? Foucault em amena cavaqueira filosófica com Chomsky?

Os canais de televisão tradicionais (generalistas e temáticos, sem excepção) deviam estar mais atentos ao que se está a passar em termos de "televisão" online. Para já, a reacção generalizada parece ser em tudo idêntica à que assistimos em 1995, 1996, quando a Internet começou a instalar-se: desprezo, menorização, desvalorização, etc.. Em geral, os média portugueses estranham muito e entranham pouco. E a muito custo.

25.9.06

Chostakovitch 'não passa' em TV

Se os nossos canais de televisão não estivessem tão embrutecidos como, de facto, estão, seria de esperar que hoje, dia em que se assinala um século sobre o nascimento do compositor russo Dmitri Chostakovitch, considerado um dos maiores compositores do século XX, exibissem algum programa, filme ou concerto a propósito.

A RTP, por exemplo, lá nas catacumbas dos arquivos, ainda deve ter a cópia de um filme, realizado por Tony Palmer, sobre a vida de Chostakovitch. No papel principal, temos um muito convincente e profissional Ben Kingsley.

O canal estatal passou esta fita, cujo título original é Testimony, há muitos anos. Ficaram-me boas recordações e uma grande vontade de descobrir a música de Chostakovitch. Não seria a noite de hoje excelente altura para uma reposição?

Qual quê... Temos, depois da meia-noite, E-Ring Centro de Comando, na RTP1, e a história de um elefante, na 2:. Nas privadas, nem vale a pena falar. As noites estão entregues à bicharada.

Ontem, no Público, um bom trabalho sobre a efeméride. Hoje de tarde, na Antena 2, o destaque devido, e conhecedor, a Dmitri Chostakovitch.

17.8.06

TV Cabo raso

A TV Cabo está cada vez mais pimba, vergada ao popularucho mais asqueroso, com laivos de esoterismo de pechisbeque. Agora dá antena, ou melhor, cabo, a todo o tipo de vendedores da banha da cobra.

A machadada mais recente foi acabar com o canal GNT, que ainda conservava alguma decência na programação, e substituí-lo por uns apresentadores aprumadinhos de risca ao meio, que só de ver assusta.

Kama Sutra, tarot, cartomancia, misticismo, tudo o que esteja bem longe da razão, é o que está a dar. É sabido que, como dizia outro, Deus morreu e Marx também. Mas convém não exagerar.

Um zapping noctívago pelos canais da TV Cabo é uma experiência deprimente. Não dá nada de jeito. Salva-se um ou outro canal, com a BBC World e o Mezzo à cabeça. E lá se foi, há muito, esse bom luxo de minorias que era o Arte. O dinheiro, como se sabe, não vai com a cara das minorias. E era nisto que Pacheco Pereira devia pensar um pouco antes de defender a ideia absurda de privatizar tudo quanto é canal em Portugal.

Pouco há a esperar. A lógica das audiências lucrativas é implacável. Telespectador é mero número burro para fazer monte. Portanto, o mínimo agora é fazer como o Jesualdo e mudar de clube. Ou então sair para o terraço e contemplar as estrelas de Agosto.

12.12.05

A vida depois da televisão

A notícia da última página do Público de hoje, que dá conta da intenção da Intel de usar uma nova tecnologia que permite fundir a televisão com o computador, trouxe à memória as "velhas" profecias de George Gilder sobre o fim da televisão e sua substituição pelo "teleputador" (teleputer).

Lembro-me de um documentário televisivo em que Gilder, um veterano das novas tecnologias, aparecia a carregar o seu televisor num carro de mão para depositá-lo no lixo. «Cá em casa já não há espaço para a TV», explicava o autor do provocativo Life After Television, obra em que se lê frases como: «a televisão é uma ferramenta de tiranos».

Quem acompanha o andamento das novas tecnologias há muito que perdeu as dúvidas de que o casamento total entre a TV e o computador era (é) apenas uma questão de tempo. As próprias designações "televisão" e "computador" poderão ser palavras anacrónicas para as gerações que se seguem.

Esta é, sem dúvida, uma boa ocasião para ler, ou reler, Life After Television.


Memória
A televisão na idade da reforma

24.11.05

E a seguir?

«O presidente norte-americano, George W. Bush, planeou bombardear a Al-Jazeera, estação de televisão árabe no seu aliado Qatar, revelou um memorando altamente secreto, citado pelo Daily Mirror.» (DN)

O New York Times que se cuide...

7.11.05

Canais do Porto

Após o trauma NTV, o Porto parece disposto a sair do buraco negro audiovisual em que se encontra metido desde então. Dois projectos perfilam-se no horizonte: a Invicta TV, a emitir na TVTel, e o Porto Canal, na TV Cabo.

A cidade e a área metropolitana respectiva precisam, com toda a urgência, destes projectos, de modo a contrabalançar a perversa macrocefalia televisiva do país. A ausência de um canal de televisão regional é um claro sinal de subdesenvolvimento social e económico da região, que ainda recentemente perdeu um jornal centenário, O Comércio do Porto. Com o falhanço da NTV, o Porto passou a si próprio um atestado de incompetência e menoridade. Urge, portanto, recuperar.

Acresce que estes projectos podem potenciar actividades económicas paralelas ou complementares e, simultaneamente, dinamizar o mercado de emprego na área da comunicação e do jornalismo. Mas, para já, falta informação concreta quanto aos conteúdos, quer programativos, quer informativos. Isto é, falta os canais dizerem ao que vêm.


A ler:
TV Cabo adora o Porto
Invicta TV emite nos "próximos dias"

28.9.05

Autoridade em causa

Artur Portela bateu com a porta na Alta Autoridade para a Comunicação Social, «em protesto contra o que considera ser a pressão do Governo para a alteração da metodologia de análise sobre a renovação das licenças de televisão.» (Público).

Portela explica que «o acto de um membro do Governo (Augusto Santos Silva) que convida o presidente de um órgão regulador - que é independente - para lhe dizer que as coisas devem ser feitas de certa forma e num determinado prazo, tem uma carga política».

A saída de Portela, numa altura em que a AACS está para acabar, vem adensar as suspeitas de intromissão do governo (sempre negada pelo mesmo) no processo de renovação das licenças dos canais privados, de modo a facilitar o negócio da venda da TVI ao grupo espanhol Prisa. A confirmarem-se, são gravíssimas.

Ora, este avolumar de suspeição tem, a prazo, pelo menos uma consequência: envenenar irremediavelmente o nascimento da Entidade Reguladora da Comunicação Social.

17.9.05

Quem tem medo da Prisa?

Pôr a TVI nas mãos da Igreja foi um enorme erro patrocinado por um governo de direita, ao tempo de Cavaco. A gestão beata do canal revelou-se penosa. A tabloidização comercial do canal pela mão de Moniz aumentou substancialmente os níveis de poluição televisiva e degradação jornalística. Depois disto tudo, a pobre direita portuguesa ainda tem medo dos espanhóis?

29.7.05

Teleinternet

A entrada da televisão na Internet acabará por transformá-la. A teleinternet não será uma televisão de massas, mas antes a la carte. Permitirá complementar a oferta, necessariamente massificada, dos canais tradicionais.

Estas são asserções que servem de ponto de partida para um pequeno artigo que Francis Pisani escreveu no CiberP@is e que merece uma leitura atenta.

19.7.05

A 'videoblogosfera'

A onda dos videoblogues começa a ganhar dimensão e parece ter um potencial altamente promissor. O conceito do vlogue é muito simples: em vez de posts de texto, o videobloguista exibe excertos de vídeo.

Na revista Wired (dica do Ponto Media), pode ler-se um trabalho de Katie Dean sobre a emergência desta web trend, em que já se experimenta um pouco de tudo: o vereador de Boston que, no seu vlogue, responde a perguntas dos eleitores; um fulano que mostra como estrelar ovos num passeio escaldante; outro que conta histórias da sua terra natal; um outro que mostra o seu "show" noticioso diário; e há ainda o Clint Sharp, que exibe um programa semanal sobre tecnologia.

Na videoblogosfera (chamemos-lhe provisoriamente assim), tal como na blogosfera, vê-se muita criação individual que jamais passaria nos media audiovisuais tradicionais. Os vlogues, diz um analista citado na artigo da Wired, transformar-se-ão num complemento ao broadcasting tradicional.

Tendo em conta a experiência criativa e proveitosa dos blogues, não será difícil antever a explosão imaginativa que se adivinha à medida que a videoblogosfera se for expandindo e diversificando. O aperfeiçoamento do hardware e do software necessários aos vlogues tratarão, certamente, de facilitar a afirmação de novos talentos nesta área. Tal como aconteceu com os diários pessoais de papel, os vídeos caseiros passarão a ter um outro alcance, uma outra formatação, com a passagem para a Web.

A narrativa audiovisual, de muitas maneira balizada, por exemplo, nos canais de TV (que são media simultaneamente controlados e controláveis), ver-se-á liberta de quase todas as grilhetas. Os posts de vídeo serão o que os vloguistas quiserem, da forma que bem entenderem. Para o bem e para o mal, como nos ensina a história da Internet.

27.5.05

Deus no ar

A parte lúcida do povo da América tem mais uma razão para ficar preocupada com o rumo da nação: a ascenção dos media dos cristãos evangélicos (corrente em que Bush se filia), onde a fé se mistura com as notícias.

A Columbia Journalism Review resume assim o fenómeno: «Deus está no ar». Por satélite, por cabo, pelo éter, Deus chega a milhões de lares dos EUA pela mão dos evangélicos, que estão a construir um vasto universo mediático, incluindo música, filmes, sitcoms, reality TV e programas noticiosos sobre assuntos públicos, «uma potente mistura de Deus, notícias e política de direita». Tudo isto, frisa a CJR, regado com uma visão conservadora do mundo.