31.3.06

Animação nos cartoons

Pode ser que um dia possamos ver no Público.pt ou no Expresso Online versões animadas em Flash dos cartoons do Luís Afonso ou do António.

Veja-se, no ELPAIS.es, a viñeta animada de Ramón "Los tímidos comienzos".

29.3.06

Jornais cansados

No fórum da TSF, hoje de manhã, discutiu-se a crise nos jornais. Uma discussão sobremaneira oportuna, numa altura em que em Portugal e noutros países as vendas caem a pique e os leitores fogem.

Gostei, particularmente, da intervenção de Carlos Pinto Coelho. Sobretudo quando falou no «jornalismo cansado» com que nos brindam os nossos diários e semanários.

28.3.06

Défice crónica

Baptista-Bastos, distinguido com o Prémio de Crónica João Carreira Bom/Sociedade de Língua Portuguesa 2005, tem muita razão do seu lado ao dizer que os jornais portugueses baniram a crónica dos seus espaços, que se interessam cada vez mais por «politiqueira e politiquice» e que têm «opinião a mais e má opinião, muito uniforme e aparentemente plural».

É verdade. Infelizmente, é muito verdade.

25.3.06

JN e DN sem salero

Uma leve impressão: as primeiras páginas do JN e do DN, diários que foram alvo, recentemente, de uma remodelação gráfica (mais uma...), estão piores. São ambas mais secas e desvitalizadas que as anteriores.

As páginas interiores também não parecem particularmente entusiasmantes. O JN ficou, em certas secções, mais confuso. Virou amálgama de temas.

Mas o pior de tudo é que a cosmética, em ambos os diários, teima em não resolver o problema de fundo: aquela sensação de que, tirando uma ou outra coluna, uma ou outra (rara) "cacha", se chega à última página sem se ter lido alguma coisa que valha realmente a pena.

É pena.

20.3.06

JornalismoPortoRádio

O curso de Jornalismo e Ciências da Comunicação da Universidade do Porto (do qual sou docente) acaba de arrancar com uma iniciativa a todos os títulos louvável e estimulante: uma rádio na Web.

A JornalismoPortoRádio, que vem juntar-se ao portal JornalismoPortoNet, nasce no ano em que se assinalam os 100 anos da primeira transmissão de voz via rádio, por Reginald Fessenden. Trata-se de um «projecto extra-curricular para dotar a LJCC de um pólo de investigação e de prática laboratorial das tecnologias de produção e difusão radiofónica mais recentes.»

No plano dos conteúdos, «a webrádio terá uma forte componente informativa, incidindo sobre temas ligados à universidade, ensino, ciência, investigação, não esquecendo a vertente do entretenimento, com destaque para a música.»

Para os meus colegas que estão à frente da equipa da JornalismoPortoRádio (que têm uma grande experiência na rádio "tradicional"), e para os alunos que com eles estão a trabalhar, aqui ficam, desde já, os meus sinceros parabéns por este desbravar de novos caminhos da rádio no ciberespaço.

8.3.06

Frase idiota do ano

Pedro Rolo Duarte escreve hoje, no DN, a propósito de um debate televisivo sobre a Entidade Reguladora para a Comunicação Social, aquela que é uma forte candidata a frase mais idiota do ano: «Pensei no que os anos me ensinaram: no jornalismo, quem não sabe fazer, ensina; e quem não sabe fazer nem ensinar, faz pareceres ou é crítico.»

'Expresso podcasting'

O semanário Expresso, um dos jornais que mais tempo demorou a reagir à webização jornalística, acaba de aderir ao podcasting.

Segundo notícia do próprio Expresso, «é o primeiro jornal online português a disponibilizar para os seus leitores entrevistas em podcast, permitindo que sejam ouvidas no computador ou num IPOD ou noutro leitor de mp3, em qualquer lado e a qualquer hora.»

Para já, dá para ouvir a entrevista a José Sócrates (publicada na última edição em papel) e o programa da SIC Notícias Expresso da Meia-Noite.

2.3.06

Mais jornalismo e cinema

Este é dos tais filmes que dá para recomendar, sobretudo a jornalistas, estudantes de comunicação e docentes nesta área, de olhos fechados, isto é, sem ainda se ter visto: Boa Noite, e Boa Sorte, sob a batuta de George Clooney, teve uma estreia auspiciosa em Veneza. Estreia hoje nas salas portuguesas.

Eis a sinopse, retirada do Cinecartaz do Público.pt: «A acção de "Boa Noite, e Boa Sorte" decorre nos primórdios do jornalismo televisivo, na América dos anos 50. O filme retrata o conflito verídico entre Edward R. Murrow, um "pivot" pioneiro na América dos anos 50, e o Senador Joseph McCarthy e a Comissão do Senado das Actividades Anti-Americanas. Graças à sua vontade de esclarecer o público, o inovador Murrow e a sua dedicada equipa da CBS desafiam pressões da empresa e dos patrocinadores ao analisar as mentiras e as tácticas rasteiras de McCarthy durante a sua "caça às bruxas" aos comunistas.»

Já agora, para quem se interessa pela temática dos media e do jornalismo, recomendo ainda dois filmes que chegaram recentemente ao mercado de DVD de aluguer: Crónicas, uma produção México/Equador, realizada por Sebastián Cordero, e o horripilantemente titulado Um Amor em África, cujo título no original é bem mais decente, In My Country, realizado por John Boorman.

O que poderá ver no interessante Crónicas: «O programa de televisão “Uma hora com a Verdade” é transmitido todas as noites de Miami para toda a América Latina, com as histórias sensacionalistas mais fortes que se podem encontrar. Para um desses programas, o apresentador Manolo Bonilla (John Leguizamo) voa para o Equador, na companhia da produtora Marisa (Leonor Watling) e o operador de imagem Ivan (José Maria Yazpik), seguindo a pista de um violador e assassino de crianças, conhecido como “O Monstro de Babahoyo”. A morte acidental de uma criança leva os habitantes de uma pequena povoação a quase linchar Vinicio Cepeda (Damián Alcázar), um humilde vendedor de Bíblias. A intervenção de Manolo salva a vida do homem. É uma grande história para o programa. Vinicio é mesmo encarcerado, por homicídio involuntário, e oferece a Manolo informações sobre o “Monstro”, a troco de uma reportagem sobre a sua injusta situação. Manolo aceita, atraído pelo lado obscuro que pressente em Vinicio, e começa a quebrar todas as regras, decidido a ser ele o herói que detém o assassino com as suas próprias mãos.» (PT Gate)

E em Um Amor em África, um filme mediano, onde Juliette Binoche enche, uma vez mais, todo o ecrã: «Langston Whitfield (Samuel L. Jackson) é um jornalista do Washington Post, enviado à Africa do Sul para cobrir as sessões da Comissão da Verdade e Reconciliação. Ele está apreensivo em relação à viagem, tal como está céptico relativamente ao processo de reconciliação, sentindo que é apenas uma forma de os perpetradores escaparem ao castigo. Anna Malan (Juliette Binoche) é uma poetisa africana que cobre as sessões para a rádio estatal sul africana e NPR nos Estados Unidos. Anna é uma entusiasta do processo, tem um grande respeito pelas tradições africanas nativas e tem grandes esperanças relativamente ao seu país. Como membros da imprenssa internacional, Anna e Langston encontram-se e estão instantaneamente em desacordo relativamente às suas perspectivas opostas das sessões. Mas, com o tempo, a experiência compartilhada de ouvir os testemunhos comoventes e dolorosos aproxima-os cada vez mais.» (PTGate)