28.11.07

NYT: credenciais jornalísticas e aptidões técnicas

Fiona Spruill, editora da edição Web do New York Times, tem estado a responder a perguntas dos leitores num espaço próprio criado para o efeito, o "Talk to the Newsroom".

A uma pergunta, relacionada com as aptidões necessárias para trabalhar numa redacção digital como a do diário nova-iorquino, Spruill respondeu que são exigidas sólidas credenciais jornalísticas e fortes aptidões técnicas:

«Our Web newsroom is closely integrated with the print newsroom, so I am looking for people who can flourish in both worlds and who I could see fitting into many different jobs at The Times. Among other things, producers are responsible for packaging the news online and for creating original multimedia. As a result, they need to have solid journalism credentials and strong technical skills.

On the technical side, we want people to walk in the door with a proficiency in Photoshop, HTML and blogging software, and an understanding of Web publishing systems. Experience in the production of multimedia — including the use of audio and video editing tools — is strongly desirable. For our more specialized multimedia positions, we expect to see an extensive knowledge of Flash and an understanding of how to integrate databases into multimedia presentations.»

A redacção digital do New York Times tem 60 produtores e editores, que asseguram a publicação de forma ininterrupta, 24 sobre 24 horas.

23.11.07

New York Times também converge

O New York Times também entrou na onda da convergência. Acaba de estrear um novo edifício, desenhado pelo famoso arquitecto Renzo Piano, onde trabalharão juntas as redacções tradicional e digital (até agora funcionavam em edifícios separados).

A propósito desta mudança, o diário nova-iorquino produziu um vídeo que nos permite ver e entrar no novo mundo, convergente e integrado, do Times. Os editores Jim Roberts e Jon Landman explicam as vantagens de jornalistas e ciberjornalistas partilharem o mesmo espaço:

22.11.07

Ciberjornais mais simples

A homepage do MSNBC, recentemente redesenhada, está bastante agradável. A par de outras, esta mudança dá-nos a ver pelo menos três tendências em subida no grafismo dos ciberjornais: simplificação, aligeiramento e horizontalização dos conteúdos dispostos nas páginas.

Por contraste, podemos ver, por exemplo, a homepage do New York Times, ainda muito marcada pelo grafismo da versão em papel, vertical (cinco colunas) e com uma mancha de títulos e entradas bastante compacta.

19.11.07

O Público.pt está melhor, mas pode ir mais longe

Primeira observação: em termos gráficos, o novo Público.pt está melhor. Aproxima-se, com a estreia, hoje, de um novo figurino, do modelo de cibejornais como ELPAÍS.com, cujo design tem sido elogiado por diversos especialistas na área e premiado. A opção pelas três colunas e pela diferenciação do tipo de letra nos títulos aumenta, em muito, a legibilidade da homepage do diário da Sonae.

Segunda observação: na comparação directa com o ELPAÍS.com, a "primeira página" do Público.pt perde em termos de atractividade na área da fotografia: no diário espanhol, as fotos são mais abundantes, maiores e aparecem mais destacadas aos longo dos ecrãs de "scroll" necessários para visualizar toda a homepage. No ELPAÍS.com, tal como o Guardian Unlimited, por exemplo, vemos também mais cor nos cabeçalhos de algumas secções. A cor, usada com equilíbrio, torna as páginas mais atraentes.

Terceira observação: a nova secção de vídeo é uma das apostas mais promissoras, ainda que se note não estar em velocidade de cruzeiro. O grafismo do Público Vídeo é simples, como deve ser; a usabilidade é boa; o tamanho do ecrã dos vídeos é apropriado, com a correcta opção "full screen"; a duração dos anúncios, curta, afigura-se ideal; também correcta parece ser a contenção nas opções do tipo "web 2.0" (Digg, Newsvine, Technorati, etc.); falta a opção "embed", mas, convenhamos, ainda será cedo para dar um passo que, até agora, poucos ciberjornais de renome se atreveram a dar.

Independentemente dos aspectos a melhorar, o Público.pt deu mais um passo arrojado e na direcção certa no sentido de se aproximar do que de melhor se vai fazendo por esse mundo fora em termos de ciberjornalismo, um território onde muito ainda está por descobrir e inventar. Em Portugal, nem se fala.


A ler:
PÚBLICO passa a ter vídeos no seu site a partir de hoje

17.11.07

Público.pt com novo grafismo

Depois de amanhã, o Público.pt estreia um novo desenho. Terá três colunas, em vez das actuais quatro, com a barra de navegação a passar da vertical à esquerda para a barra superior horizontal, à semelhança do que fazem vários ciberjornais de referência, como é o caso do ELPAÍS.com.

A principal novidade, como já aqui referi, é a aposta no vídeo, com a criação do Público Vídeo, secção de cinco elementos liderada por Alexandre Martins, editor Multimédia. «Focado em reportagens e entrevistas, o Público Vídeo pretende contar com a colaboração de todos os profissionais da redacção do diário.» (Meios & Publicidade). Há aqui, portanto, um pequeno passo dado no sentido da convergência.


16.11.07

Convergência multimédia na SIC

A convergência lá vai dando os seus passinhos em Portugal. Segundo a Meios & Publicidade, a SIC vai apostar numa lógica de integração de redacções, televisiva e online. Os jornalistas da SIC vão passar a redigir notícias primeiro para suporte online e depois para televisão.

Deste modo, os jornalistas trabalharão em simultâneo para várias plataformas. SIC, SIC Notícias e SIC Online passam a contar com o contributo de todos os jornalistas. A SIC Online passa de uma equipa de sete pessoas para um potencial de mais de 100 jornalistas.

Os responsáveis da estação, que ontem apresentaram o projecto, explicam que a estratégia multimédia implicará também a distribuição de telemóveis 3G com câmara de filmar a jornalistas da redacção, para que estes possam recolher e enviar ficheiros a utilizar em qualquer um dos suportes. O Washington Post foi um dos pioneiros nesta aposta.

A convergência de redacções divide as classes jornalísticas. Muitos receiam que a multiplicação de tarefas acabe por afectar a qualidade do trabalho produzido: haverá menos tempo para rever, verificar, contrastar, aprofundar e, sobretudo, investigar, algo que (infelizmente) se tornou um verdadeiro luxo no jornalismo contemporâneo. Do lado empresarial, esta opção é, em geral, vista com muito melhores olhos.


A ler:
SIC com redacção multimédia

12.11.07

BBC News aposta na convergência

A convergência de média em grupos de comunicação multimédia está longe de ser um tema gerador de consensos. Não obstante, a tendência vai somando adeptos de peso, como é o caso, recente, da BBC.

A BBC News prepara-se para integrar numa nova redacção multimédia a sua principal produção televisiva, radiofónica e online, o que obriga a uma reorganização geral substantiva.

O grupo vai ainda investir mais em notícia on demand, incluindo o desenvolvimento de conteúdo para diversas plataformas, como telemóveis, e produzir mais conteúdos em áudio e vídeo especificamente para a Web.


A ler:
BBC News unveils integrated newsroom
Telegraph de ponta II
Boston Globe funde redacções

9.11.07

Ideias para um melhor jornalismo

Ora aqui está uma ideia inspiradora nos tempos de "jornalismo-produto-empacotado-preguiçoso" que correm: um antigo publisher do Star Tribune (Minnesota, EUA), jornal que foi alvo de mudança de proprietário e de redução de pessoal (perdendo leitores a seguir...), resolveu abrir na Web um sítio de notícias.

O MinnPost está a recrutar jornalistas veteranos e pretende dedicar-se ao jornalismo de qualidade, coisa que, pelos vistos, começou a rarear nos principais diários daquele estado.

Por vezes, na semelhança de problemas ligados ao jornalismo, o mundo parece mesmo uma pequena aldeia global.


(dica de Editors Weblog)

8.11.07

Papel em queda, ciberjornais a crescer

Enquanto os 25 maiores jornais norte-americanos continuam a tendência de queda de circulação, como confirmou, há dias, o Audit Bureau of Circulations, vemos os lucros da ciberimprensa aumentar. A transferência de públicos e de anunciantes do papel para a Web parece ser uma tendência com futuro.

O lucro gerado pelos sites continua a ser apenas uma fracção da receita total dos jornais, mas as margens de lucro online estão a disparar um pouco por todo o mundo.

Segundo um estudo apresentado ontem, o lucro dos jornais de papel tem vindo a decair nos últimos anos, ao passo que os empreendimentos online mais maduros estão agora a gerar 40 por cento ou mais dos lucros. Apesar disso, não se prevê para breve que os lucros online cresçam ao ponto de suplantarem os gerados pelo papel. Mas, com grande probabilidade, será apenas uma questão de tempo.

Escusado será dizer que as empresas jornalísticas devem estar particularmente atentas a estas tendências.


A ler:
Revenue From Web Sites Remains Small - But Profit Margins Are Swelling

5.11.07

O alegado jornalismo

«Por outro lado, as raras vezes que, em tal jornalismo, algo acontece, acontece "alegadamente": a mulher foi alegadamente atropelada, o sinal verde estava alegadamente aceso, o automobilista teria alegadamente 2 gramas de sangue no álcool. E tudo segundo fontes "próximas" de qualquer coisa, pois os jornalistas, hoje, não afirmam nem confirmam, repetem. Por estas e por outras, cada vez admiro mais o "Borda d'Água".»


Manuel António Pina, JN, 05.11.2007

3.11.07

Nos bastidores do Clarín.com

Não é todos os dias que se encontra na Web um vídeo que nos mostre os bastidores de um ciberjornal. No YouTube, foi colocado um pequeno documentário sobre o Clarín.com, a versão online do diário argentino Clarín, líder de audiências no país. Uma oportunidade única para vermos e ouvirmos quem trabalha em ciberjornalismo.

O Clarín.com tem um desenho próximo do do ELPAÍS.com e fará roer de inveja muito bom ciberjornal europeu.