Num país que mal lê jornais e em que estes são cada vez mais anódinos, superficiais, indistintos, domesticados, centralizados e empresarializados, a suspensão (belo eufemismo) de A Capital e de O Comércio do Porto é uma péssima notícia. Pior ainda para o Porto, cidade que tem vindo, paulatinamente, a transformar-se num deserto mediático e jornalístico.
É absolutamente escandaloso que o Porto não tenha estaleca sequer para segurar um canal próprio de televisão. A NTV foi o que se viu. Na rádio, anos antes, foi a vez de a Rádio Nova, que chegou a ser um farol de qualidade, ser transformada em mais uma juke box inconsequente, com meninas de voz melada a gerir play lists...
Na imprensa, o próprio Jornal de Notícias, o porta-aviões do Norte, já foi mais da Invicta do que é hoje. O Primeiro de Janeiro pouco se vê. As delegações das revistas e dos jornais de Lisboa, ou são simbólicas, ou foram alvo de desinvestimento, sobretudo editorial, nos últimos anos (Correio da Manhã e Diário de Notícias, por exemplo). O 24 Horas é para esquecer. E O Comércio do Porto acaba mal, às mãos de um grupo espanhol que se está nas tintas para 150 anos de história.
Resultado: a diversidade e a pluralidade (de notícias, de debates, de protagonistas, de ideias) vêem-se reduzidas e o mercado de emprego, bem como o de estágios, torna-se cada vez mais afunilado. O espaço público da região fica ainda mais pobre.
De um ponto de vista mediático, o Porto é hoje uma paróquia.
A ler:
O cemitério, de Vicente Jorge Silva
Sentença de Morte, de Manuel Pinto
Blogue OComerciodoPorto
É absolutamente escandaloso que o Porto não tenha estaleca sequer para segurar um canal próprio de televisão. A NTV foi o que se viu. Na rádio, anos antes, foi a vez de a Rádio Nova, que chegou a ser um farol de qualidade, ser transformada em mais uma juke box inconsequente, com meninas de voz melada a gerir play lists...
Na imprensa, o próprio Jornal de Notícias, o porta-aviões do Norte, já foi mais da Invicta do que é hoje. O Primeiro de Janeiro pouco se vê. As delegações das revistas e dos jornais de Lisboa, ou são simbólicas, ou foram alvo de desinvestimento, sobretudo editorial, nos últimos anos (Correio da Manhã e Diário de Notícias, por exemplo). O 24 Horas é para esquecer. E O Comércio do Porto acaba mal, às mãos de um grupo espanhol que se está nas tintas para 150 anos de história.
Resultado: a diversidade e a pluralidade (de notícias, de debates, de protagonistas, de ideias) vêem-se reduzidas e o mercado de emprego, bem como o de estágios, torna-se cada vez mais afunilado. O espaço público da região fica ainda mais pobre.
De um ponto de vista mediático, o Porto é hoje uma paróquia.
A ler:
O cemitério, de Vicente Jorge Silva
Sentença de Morte, de Manuel Pinto
Blogue OComerciodoPorto
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