As explosões em Londres deram-se na hora de ponta matinal, por volta das 9. São quase 2 da tarde, ou seja, quase cinco horas depois das deflagrações. Vejamos como estão a reagir a este acontecimento muito especial alguns dos principais media noticiosos portugueses online:
Público.pt: dá informação actualizada, estilo agência noticiosa. Poucas imagens. Nenhum material multimédia é fornecido (ex., gráficos, áudio ou vídeo). Não são disponibilizadas hiperligações de contexto sobre o acontecimento. Algumas notícias abrem espaço a comentários dos leitores.
dn.pt: para o DN, não se passa nada. Abre-se o site, clica-se em "Última hora" e... nada. Londres bem podia estar a arder...
JN: nas "Últimas", tem três notícias curtas sobre o assunto, a primeira das quais colocada às... 12.12h. E nada mais.
Correio da Manhã: acordou às 10.59 para as explosões. Tem uma notícia única com comentários dos leitores no final. E uma fotozita para a amostra.
Expresso: Aqui encontramos de diferente, pelo menos, um infográfico com as estações de metro atingidas e uma galeria fotográfica. Vá lá...
Diário Digital: tem um "Especial Urgente", no que parece ser uma adaptação algo tosca da expressão "breaking news". Vários títulos dão acesso a notícias de agência. Não há fotos nem comentários de leitores. Para diário exclusivamente online, está mau. Muito mau.
Portugal Diário: Também não tem nada de especial. Texto, muito texto. Uma galeria de fotografias. Comentários de leitores. Paginas graficamente "secas". Sabe a pouco. A muito pouco.
TSF: Pela primeira vez, e naturalmente, som na Web. Da rádio, está claro. Quanto ao mais, estilo agência noticiosa.
SIC Online: Um infográfico! E depois muita Lusa, Reuters e France Press. Nem uns 15 segundos de vídeo que podia ser aproveitado dos canais de televisão do grupo. Fraquíssimo.
ELPAIS.es: é espanhol, eu sei, mas serve aqui apenas como mero contraponto cruel: tem vídeo, gráficos, galeria de fotos, cronologias, áudio, enfim, sem ser nada de extraordinário, deixa os nosso media online a anos-luz em termos de resposta na Web a grandes acontecimentos.
É evidente que há várias explicações concretas - que vão do desinvestimento por parte das empresas jornalísticas até à falta de investimento por parte de anunciantes - para a resposta medíocre dos media portugueses online. Quando não há meios, nem dinheiro, nem vontade, também não há milagres. Mas nem por isso se torna menos confrangedor verificar, na prática, o estado brutal de atraso destes media. É mais uma área para ajudar a colocar o país na cauda da Europa em quase tudo. Pessimismo high tech?
Acredito que tenha faltado na lista o Diário Econômico que, apesar de ser um jornal segmentado, tem feito uma boa cobertura dos atentados.
ResponderEliminarSérgio,
ResponderEliminara sua observação é pertinente, mas a pequena amostra que utilizei incide apenas sobre alguns dos principais media generalistas portugueses. Não foi minha intenção fazer uma listagem exaustiva, longe disso.