7.12.07

Jornalistas, fontes e a Internet

O jornalista Rui Gomes defendeu, anteontem, na Universidade Nova de Lisboa, a sua tese de mestrado (que tive o prazer de arguir), intitulada A importância da Internet no relacionamento entre jornalistas e fontes de informação.

O tema é bastante interessante e pouco estudado em Portugal. Rui Gomes procurou saber como a Internet está a ser usada por jornalistas portugueses de imprensa, rádio e televisão. Chegou a algumas conclusões que vale a pena reter:

* A quase totalidade dos jornalistas inquiridos tem uma opinião «extremamente positiva» sobre a Internet, o que leva, segundo o autor do estudo, a uma visão «cor-de-rosa» do meio e a uma confiança excessiva no material encontrado online.

* Quase 90 por cento dos jornalistas inquiridos utilizam a Internet nas suas peças jornalísticas. O uso é menor por parte dos jornalistas de televisão.

* O email é utilizado por 72.83 por cento como ferramenta para encontrar e contactar fontes de informação.

* A maioria considera que a Internet facilita o seu trabalho, melhora a qualidade do mesmo e torna as notícias mais diversas.

* A facilidade de contacto com fontes é uma das vantagens da utilização da Internet destacadas com particular relevo na imprensa.

* Os newsgroups são pouco utilizados pelos jornalistas dos três meios, enquanto os blogues são mais utilizados pelos jornalistas de imprensa.

* Os jornalistas de imprensa defendem que a fixação dos jornalistas nas redacções é um facto (sedentarização do jornalismo, tendência que preocupa Rui Gomes), enquanto os jornalistas de rádio discordam totalmente.


A tese, na qual Rui Gomes defende que «a Internet mudou a forma como se faz jornalismo e a própria profissão», irá agora ser publicada em livro.

2 comentários:

  1. A Internet é, de facto, um dos grandes responsáveis pela mudança que o Jornalismo atravessa. Se por um lado, facilita a vida a nós jornalistas; por outro, mostro-me preocupada com a dita sedentarização que a profissão atravessa. Tornou as redacções preguiçosas, habituadas e aconchegadas ao oval dos seus bancos moldados ao corpo de quem as possui durante o tempo efémero de um estágio ou de um tempo inglório de trabalho,muitas vezes, precário. Esta tese do Rui (de quem tenho o prazer de ser amiga)já há muito que fazia falta... Parabéns! E discutam(os) muito, façam(os) muito mais sobre o Jornalismo!!

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  2. Muito oportuna a pesquisa, sem dúvida. Ao que pergunto: é possível ter acesso à mesma? Grande abraço e bom trabalho.

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