Os bons velhos jornais de papel estão a atravessar aquilo a que poderíamos chamar a crise dos quatrocentos anos. Em países como os Estados Unidos, a queda nas vendas tem sido constante nas duas últimas décadas. Em vários outros países verificam-se tendências semelhantes. Portugal é uma excepção: tem índices de leitura extraordinariamente baixos e as oscilações nas vendas não têm sido muito significativas.
O que chama a particular atenção na notícia "Jornais caem nos EUA", que o Expresso publica hoje, é a reacção do magnata dos media Rupert Murdoch. Ele diz que os jornais têm de se adaptar às novas realidades, ao mesmo tempo que acusa os jornalistas de não encararem este problema de frente. Os reparos, em si, são pertinentes. Resta saber é o que escondem em termos de passagem à acção de um homem que conhecido por transformar alguns dos seus jornais e televisões em instrumentos de influência política, normalmente a favor de conservadores, com Bush à cabeça. Vide a Fox News... Talvez por isso prefira falar em "indústria de informação" (uma provocação de um comerciante, evidentemente...) em vez de imprensa.
Por outro lado, e aqui, sim, acerta tarde mas em cheio, Murdoch defende a dinamização do sites dos jornais, «ultrapassando o mero espelho das edições impressas, com notícias mais viradas para os leitores, comentários que os tornem quase "blogs" e aproveitando melhor as possibilidades de imagem e som». Nada que não tenha sido defendido nos últimos dez anos por quem acompanha de perto o ciberjornalismo. Mas, enfim, nunca é tarde para começar a trabalhar a sério.
Disto resulta que no mundo dos jornais começa a ganhar consistência a percepção, por parte do topo da hierarquia de grandes grupos de comunicação, de que é na Internet que está uma das respostas mais sérias para o futuro da imprensa tradicional. Mas o que se torna necessário que compreendam é que muita coisa terá que mudar para que os velhos jornais não pareçam mesmo "velhos" no ciberespaço. Será necessário reforçar o volume de investimentos em meios técnicos e humanos, adaptar os conteúdos aos formatos e linguagens da Web, hipertextualizar as narrativas jornalísticas, formar ciberjornalistas, alargar espaços de participação dos leitores, e, acima de tudo, estar permanentemente aberto às mudanças em curso.
Se tudo se mantiver como até agora, com um abismo a separar os grandes discursos sobre a era digital da concretização de projectos jornalísticos online como deve ser, a imprensa pode, de facto, vir a viver dias muito difíceis nas próximas décadas.
Memória: há 400 anos, em Anvers...
Por outro lado, e aqui, sim, acerta tarde mas em cheio, Murdoch defende a dinamização do sites dos jornais, «ultrapassando o mero espelho das edições impressas, com notícias mais viradas para os leitores, comentários que os tornem quase "blogs" e aproveitando melhor as possibilidades de imagem e som». Nada que não tenha sido defendido nos últimos dez anos por quem acompanha de perto o ciberjornalismo. Mas, enfim, nunca é tarde para começar a trabalhar a sério.
Disto resulta que no mundo dos jornais começa a ganhar consistência a percepção, por parte do topo da hierarquia de grandes grupos de comunicação, de que é na Internet que está uma das respostas mais sérias para o futuro da imprensa tradicional. Mas o que se torna necessário que compreendam é que muita coisa terá que mudar para que os velhos jornais não pareçam mesmo "velhos" no ciberespaço. Será necessário reforçar o volume de investimentos em meios técnicos e humanos, adaptar os conteúdos aos formatos e linguagens da Web, hipertextualizar as narrativas jornalísticas, formar ciberjornalistas, alargar espaços de participação dos leitores, e, acima de tudo, estar permanentemente aberto às mudanças em curso.
Se tudo se mantiver como até agora, com um abismo a separar os grandes discursos sobre a era digital da concretização de projectos jornalísticos online como deve ser, a imprensa pode, de facto, vir a viver dias muito difíceis nas próximas décadas.
Memória: há 400 anos, em Anvers...
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