30.6.06

Expresso Online renovado

O Expresso vai lançar amanhã o seu novo sítio. Promete «grafismo renovado e navegação facilitada» e aposta «nos conteúdos multimédia, na interactividade com os leitores e, acima de tudo, na qualidade da informação». Cá estaremos para ver.

Hoje, o Expresso Online faz uma pequena antecipação das mudanças.

29.6.06

Jornais em "descida na continuidade"

A imprensa revela hoje números que indicam que as vendas dos jornais estão a cair enquanto a circulação dos jornais gratuitos não pára de subir.

Que estão os principais jornais portugueses a fazer, em particular ao nível dos conteúdos noticiosos, para contrariar esta tendência? Rigorosamente nada. Ou melhor, estão a apostar na "evolução na continuidade". Sinónimo de "descida na continuidade".

Diário Económico renova visual

O Diário Económico renovou a sua versão online. Em termos visuais, o DiarioEconomico.com não fez uma mudança radical. Mas está mais bem arrumado, mas agradável à vista e mais fácil de ler.

Ainda assim, não há qualquer material multimédia. As fotos escasseiam. Sobram gráficos cheios de números pequeninos, tipo sobe-e-desce da bolsa.

Em parâmetros como o hipertexto ou a interactividade, o DiarioEconomico.com também chumba no exame.

Opções interessantes: a versão impressa pode ser descarregada na íntegra em formato PDF; o calendário para consultar edições anteriores.

28.6.06

Monde multimédia

O Monde.fr dá hoje um pequeno exemplo do encontro entre um tema do dia - a entrada do exército israelita na Faixa de Gaza - e a Web.

Um excerto de vídeo é acompanhado de um pequeno texto de três parágrafos. Em rodapé, quatro opções "interactivas" para o leitor. Ainda na mesma página, material de contexto: notícias desenvolvidas, com fotos, dossiês, infografias e debate.

Multimedialidade, hipertextualidade e interactividade tornadas simples. Nada mau.

A ver:
Incursion israélienne dans la bande de Gaza

26.6.06

Ciberjornais: siga o dinheiro

Os principais jornais britânicos estão a reforçar a sua aposta nas edições online. Porquê? Porque perceberam que o dinheiro da publicidade começa, cada vez mais, a cair nos cofres do ciberespaço. E porque o mercado é outro, os jornais são grandes e a concorrência é para levar a sério.

O DN faz hoje referência a um relatório da agência britânica GroupM, responsável por cerca de 30 por cento das compras de espaço publicitário em diversos media no Reino Unido, segundo o qual, pela primeira vez, no final de 2006, os gastos com publicidade na Internet vão «ultrapassar o orçamento despendido nos jornais nacionais.»

Para se perceber a tendência e o que aí vem para os ciberjornais, basta fazer como diz o outro: «follow the money!»


A ler:
Jornais britânicos apostam no digital

Jornais reduzem dependência do papel

Palmas e Bordoadas

É absolutamente lamentável que um jornal de referência como o Público não tenha, nesta altura de pico de crise política, um repórter em Timor-Leste. Adelino Gomes ainda devia lá estar. Por razões que saltam à vista.

22.6.06

Travessias

No Travessias, o meu blogue generalista, tenho escrito sobre música (Sakamoto, Antony, Sonny Rollins), deputados em época tonta (vulgo, silly season), estrangeirismos, cinema, pintura, o Iraque. As leituras, essas, têm-se dividido entre livros sobre ciberjornalismo, a prosa erudita de George Steiner e as ideias perenes de Séneca.

21.6.06

Boston Globe funde redacções

O jornal Boston Globe decidiu juntar as redacções tradicional e digital (a do Boston.com), que até aqui funcionavam cada uma para seu lado. Objectivo: maximizar as sinergias.

O funcionamento de ambas as redacções será coordenado por um editor geral. Será Martin Baron a decidir como serão editadas e apresentadas as notícias nas edições em papel e online.

O publisher Richard Gilman explica assim a decisão: "estamos numa nova fase de elevada competição contra fornecedores massivos de informação. Estamos a experimentar uma mais profunda interdependência entre imprensa, online e comunicações móveis. E lutamos diariamente para satisfazer complexas exigências das audiências. Para florescermos neste novo ambiente, precisamos de ter uma abordagem mais integrada.»

Eis, pois, uma opção que faz todo o sentido.

(dica de António Granado)

A ler:
Boston Globe Announces Integration of Boston.com Website

20.6.06

Vídeo no Washington Post

A dica é da Mindy McAdams: jornalistas do Washington Post estão a receber câmaras de vídeo digitais para reportarem em formato multimédia. Os responsáveis do jornal esperam que os repórteres da casa entrevistem, filmem e escrevam.

E repare-se que não estamos a falar de ciberjornalistas, mas sim de jornalistas "tradicionais", da versão de papel, para quem o ofício se resume (resumia?...) a escrever e mais nada.

Estas, e outras, fazem-me lembrar uma canção do Bob Dylan, escrita há mais de 40 anos, que diz assim:

Come gather 'round people
Wherever you roam
And admit that the waters
Around you have grown
And accept it that soon
You'll be drenched to the bone.
If your time to you
Is worth savin'
Then you better start swimmin'
Or you'll sink like a stone
For the times they are a-changin'

16.6.06

Top de popularidade na BBC

Um clique sobre o mapa da América do Sul: a notícia mais lida é sobre a popularidade de Tom Cruise. Clique sobre o mapa da Europa: a notícia número um refere-se a um ataque bombista (mais um...) numa mesquita em Bagdade.

O "BBC News Most Popular Now" é um gráfico, em Flash, que permite medir, em tempo real, quais as notícias mais lidas nos diversos cantos do mundo e ainda quais as que são mais reenviadas por email de uns cibernautas para outros.

A página é, como se diz em linguagem popular, bem sacada. E prova à saciedade como, juntando boas ideias às enormes potencialidade narrativas da Web, se podem fazer coisas fantásticas. Ainda por cima, sem se gastar grandes fortunas.

15.6.06

Febre Web 2.0

«É a febre Web 2.0, mais simplesmente, a Internet plural ou a Rede social. Identifica-se, fundamentalmente, com a facilidade para que o internauta seja algo mais que um passivo leitor de páginas. Na Rede social, o público actua, fabrica os seus conteúdos. Com a mesma facilidade com que dantes enviava um e-mail, agora publica os seus vídeos. Também começa a consumir à medida. Adquire o software de que necessita ou desenha o seu livro, o seu disco, a sua rádio ou a sua televisão. É a segunda revolução da Internet.»

Javier Martín, no CiberP@is

11.6.06

Tengarrinha e a concentração dos media

«A concentração (dos media em grandes grupos) não permite a suficiente concorrência e uma suficiente libertação das ideias, causa condicionamentos cada vez maiores. Isto é um aspecto fundamental da sociedade dos nossos dias que exige uma reflexão aprofundada e medidas urgentes. São factores que estão a exercer uma corrosão e a adulterar o fundamento democrático da sociedade. Ou nós temos condições corajosamente para enfrentar estes problemas ou a sociedade democrática, conservando a sua fachada, no fundo é cada vez menos democrática.»

José Tengarrinha, em entrevista ao DN.

9.6.06

Notícias online primeiro

O diário britânico The Guardian, cuja versão online tem dado cartas e acumulado prémios, prepara-se para apostar numa interessante política de "notícias online primeiro".

Isto significa que as principais estórias de correspondentes estrangeiros e de jornalistas de economia serão publicadas na edição Web antes de isso acontecer no papel.

A ideia é dar aos repórteres a oportunidade de produzirem notícias com maior fôlego e sem as limitações do jornal tradicional. No entanto, algumas estórias exclusivas serão guardadas para a versão de papel de forma a proteger o valor desta. O que se entende: há que acautelar, para utilizar uma expressão negroponteana, a "canibalização" dos átomos pelos bits.

A ler:
Guardian to file online first...

7.6.06

Jornais e portais noticiosos

No 59º Congresso da Associação Mundial de Jornais, que termina hoje, em Moscovo, uma das discussões andou à volta de saber se os portais da Web são uma nova ameaça aos jornais.

O debate parece não ter sido conclusivo. A imprensa tradicional sente-se ameaçada e, de certa forma, posta em causa. Mas os responsáveis pelo Yahoo News ou o Google News dizem que não há razões para os "velhos" jornais se preocuparem. Confiam numa "relação de simbiose" entre ambas as partes.

O problema é que a imprensa tradicional tem mesmo boas razões para se preocupar. As empresas donas de portais como o Yahoo News e o Google News são jovens, atentas, super-dinâmicas, arrojadas, inventivas, flexíveis, motivadas, competitivas. Ou seja, são quase tudo aquilo que muitos jornais, definitivamente, não são. Ou deixaram de ser.

A ler:
Portais e imprensa, amigos ou inimigos?
Circulação e publicidade dos jornais regista subida

2.6.06

75 mil blogues por dia

Quando se fala de Internet, o futuro começou ontem. Por isso, qualquer exercício de prospectiva é sempre muito arriscado. Não obstante, torna-se cada vez mais difícil acreditar que os blogues são, como crêem alguns, mera moda passageira.

A cada segundo que passa, nasce um blogue. Por dia, nascem 75 mil. A cada seis meses, a população da blogosfera duplica. Em três anos, essa mesma população aumentou 60 vezes.

Foi precisamente há três anos que David Sifry fundou o Technorati, um motor de busca só para blogues. Em entrevista ao CiberP@is, diz que se considera a si próprio «o editor do século XXI».

1.6.06

O armário do jornalismo III

Ainda a propósito da "trovoada Carrilho", o jornalista Luís Costa escreve hoje, correcta e certeiramente, no Público:

«O problema é que a generalidade das redacções (num movimento contrário ao ciclo profissionalizante das mais poderosas fontes de informação) deixou de garantir a preservação do papel essencial do jornalista, porque isso só se consegue com recursos humanos qualificados e em número suficiente, com gente motivada e boas condições de trabalho, com chefias, editores e directores de indiscutível mérito e experiência acumulada, com gente capaz de impor critérios editoriais aos ditames do marketing e das relações públicas, com estruturas intermédias fortes e actuantes, com um sector de agenda atento, determinante e valorizado, com administrações que saibam conciliar o compreensível desejo de lucro com a especificidade de uma área de negócio que não vende um produto qualquer.»

Permito-me acrescentar que, hoje, bastaria olhar para o perfil das administrações dos principais grupos de comunicação social em Portugal para se ficar com um elevado grau de certeza de que tudo isto tem um caminho garantido: o da deterioração.