Ainda a propósito da "trovoada Carrilho", o jornalista Luís Costa escreve hoje, correcta e certeiramente, no Público:
«O problema é que a generalidade das redacções (num movimento contrário ao ciclo profissionalizante das mais poderosas fontes de informação) deixou de garantir a preservação do papel essencial do jornalista, porque isso só se consegue com recursos humanos qualificados e em número suficiente, com gente motivada e boas condições de trabalho, com chefias, editores e directores de indiscutível mérito e experiência acumulada, com gente capaz de impor critérios editoriais aos ditames do marketing e das relações públicas, com estruturas intermédias fortes e actuantes, com um sector de agenda atento, determinante e valorizado, com administrações que saibam conciliar o compreensível desejo de lucro com a especificidade de uma área de negócio que não vende um produto qualquer.»
Permito-me acrescentar que, hoje, bastaria olhar para o perfil das administrações dos principais grupos de comunicação social em Portugal para se ficar com um elevado grau de certeza de que tudo isto tem um caminho garantido: o da deterioração.