Já toda a gente percebeu que o futuro é móvel. O problema é que este futuro chega cada vez mais cedo e tem agora por hábito nem sequer bater à porta das redacções. Nos EUA, uma tendência ganha peso: os jornais contratam cada vez mais "mojos" (contracção de mobile journalists).
Joe Strupp, em artigo escrito na Editor & Publisher, resume assim as coisas: à medida que a tecnologia oferece maneiras cada vez mais fáceis de recolher som e imagem, os editores estão a chegar à conclusão de que equipar os seus repórteres com kits de tecnologia necessária para trabalhar à distância e a mandá-los para o terreno é uma opção atractiva (e sobremaneira aconselhável, acrescentaria, uma vez que um dos "pecados" do actual jornalismo/ciberjornalismo é precisamente a sedentarização dos jornalistas nas redacções).
Há um diário que está mesmo a pensar em tornar todos os seus repórteres e fotojornalistas "mojos" ainda este ano. Um "mojo" passa a maior parte do tempo no exterior, gravando, filmando, escrevendo. Alguns não chegam sequer a passar pelas suas redacções.
Agora, estas opções têm os seus custos. Entre eles, os financeiros propriamente ditos: um kit móvel inclui pelo menos computador portátil, câmara de vídeo, telemóvel, gravador de áudio e outros acessórios. E nem todos (longe disso) os jornalistas estão preparados para saber lidar, no terreno e em tempo útil, com esta parafernália.
É de esperar que o "mojo" avance e recue, seja experimentado e abandonado, em maior ou menor grau, consoante os países, os mercados e a envergadura das empresas jornalísticas. Mas estas dificilmente se poderão manter imóveis num mundo de gente (sobretudo a mais nova) cada vez mais móvel.
A ler:
Get Your 'MoJos' Working: The End of the Newsroom As We Know It?
Jornalismo móvel impacta redacções americanas
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