29.4.06

Expresso penitencia-se

A Direcção do Expresso "penitencia-se" na edição de hoje pelo facto de, há quinze dias, ter feito manchete e notícia com o "puxão de orelhas" que Cavaco supostamente iria dar aos deputados no discurso do 25 de Abril.

O Expresso fez, e bem, o que lhe competia. Os leitores agradecem. O que se pede agora é que sejam mais rigorosos e que não repitam episódios destes, pois dão cabo da credibilidade de qualquer jornal. E os tempos, como se sabe, não estão para brincadeiras na imprensa.

27.4.06

Expresso inventa notícias?

Um pequena parte dos três euros que paguei pela penúltima edição do Expresso serviu para pagar uma notícia falsa: Cavaco Silva, afinal, não deu qualquer "puxão de orelhas" aos senhores deputados por causa da "balda da Páscoa".

O director do Expresso deve-me uma explicação.

24.4.06

24 Horas: um jornal gratuito para imprimir

A Web permite hoje a distribuição do jornal convencional através da Internet com o mesmo desenho que é enviado para a rotativa.

Esta realidade está a facilitar o desenvolvimento de uma nova “criatura” jornalística, que conserva intactas as vantagens do diário convencional de papel, incluindo a sua comercialização a baixo preço, mas que incorpora as características do mundo da Web, como a imediatez, a transnacionalidade ou a difusão ilimitada.

Donde, quando até há pouco anos havia uma única "criatura" mediática, agora, graças à Web, há três produtos distintos e complementares: o diário convencional impresso, a versão digital e o jornal que se comercializa na rede para imprimir em casa (em formato PDF, por exemplo) ou ler no ecrã, com a vantagem acrescida dos motores de busca, a edição de textos e a possibilidade de agregar hiperligações.

«A impressão doméstica de jornais e a difusão através da rede de formatos jornalísticos idênticos aos que se distribuem em papel abrem uma nova via cheia de esperanças para os editores de diários», consideram David Valcarce e Álvarez Marcos, autores do livro Ciberperiodismo.

Provando estar atento ao devir inelutável da rede, o diário espanhol El País acaba de lançar um jornal gratuito, "actualizado a cada minuto", em formato PDF. Chama-se 24 Horas e pode ser personalizado a partir de cinco edições disponíveis.

18.4.06

De leituras: Ciberjornalismo, Net, telemóvel

«Num contexto de intensa evolução da tecnologia assume cada vez maior relevância a aproximação entre os mercados da Internet e da telefonia móvel, dois mundos que até agora faziam um percurso de um modo paralelo, sem chegarem a relacionar-se, e que agora mostram uma clara tendência para a convergência, não apenas tecnológica, mas também como oportunidade de negócio a curto, médio e longo prazo, dando forma a um novo canal através do qual corre a ciberinformação: Internet Móvel.»

David Parra Valcarce e José Álvarez Marcos in Ciberperiodismo

15.4.06

A Web social no Público

Após o fim do suplemento Computadores, a informação sobre a Internet tornou-se bem mais escassa no Público. Agora, só de vez em quando podemos ler destaques como o que abre a edição de hoje, sobre as novas relações sociais que a rede está a criar.

O conjunto de textos merece uma leitura atenta e pode ser lido, gratuitamente, no Publico.pt:

Geração MySpace companhia ilimitada
O boom da dot-com, versão 2.0

14.4.06

JN de mal a pior

Algo vai muito podre no reino do JN. Proibir um plenário na redacção do jornal?

Trabalhei no JN durante onze anos. Quando entrei, numa altura em que a banda sonora da redacção ainda era a das máquinas de escrever, o jornal pertencia ao estado. Depois, passou pelas mãos do coronel Luís Silva e da Lusomundo. A seguir, aguentou os muitos anos de incompetência da PT na área dos media.

Mas nunca, nestes períodos, assisti a um tal grau de proibicionismo e perseguição aos jornalistas da casa. Os plenários sempre tiveram lugar na redacção. Nunca um administrador se lembrara de proibir e, pior ainda, ameaçar os jornalistas que participassem num plenário, como aquele que foi convocado para ontem e que acabou por se realizar no auditório do jornal.

Quando o jornal passou para as mãos do empresário-futeboleiro Joaquim Oliveira temi o pior. Ele aí está em todo o seu esplendor.


A ler:
Administração do JN proíbe plenário na redacção (Público, 13.04.2006)

11.4.06

Diário Digital, lista telefónica

O Diário Digital mudou de formato e fez algumas alterações nos conteúdos, o que é de saudar. Mas, sobretudo de um ponto de vista gráfico, mudou para pior. Boa parte das páginas está tão atraente quanto as Páginas Amarelas.

Veja-se, por exemplo, a secção de Política. Quando a abrimos, apanhamos com um chapadão compacto de 75 entradas para notícias. Nem uma foto para aliviar. As secções de Sociedade, Mundo, Desporto e Cultura são idênticas. Só as secções de Música e de Economia, produzidas como canais autónomos, se parecem com um jornal online do ano de 2006.

Posto isto, registe-se o aspecto mais positivo desta mudança: a saída do colunista Luís Delgado.


A ler:
O DD muda hoje

8.4.06

Retoma no ciberjornalismo

Sinais a acompanhar com atenção: «O número de leitores das versões digitais dos jornais está a aumentar muito rapidamente, segundo um estudo divulgado nos Estados Unidos, que ressalva o facto de os patrões da imprensa estarem a tentar encontrar formas de explorar esse crescimento perante a queda de circulação das suas edições impressas.» (Diário Económico)

Estaremos perante o início de uma retoma ciberjornalística?

A ler:
Imprensa quer explorar sucesso das edições online
Leitores jovens querem jornais on-line
For Future Readers, Papers Should Look Online

4.4.06

NYTimes.com aposta no vídeo

O New York Times tem um novo visual na sua versão Web. Está maior, mais agradável de ver, e, por estranho que possa parecer, faz lembrar a pimeira página do Times de papel. Síntese perfeita entre os paradigmas dos átomos e dos bits?

Da carta que o editor-chefe do NYTimes.com, Leonard M. Apcar, escreveu aos leitores retive este parágrafo, que nos recorda que no ciberespaço o tempo já não é o que era:

«Há cinco anos, quando o design anterior estreou, o multimédia estava na sua infância e a qualidade do vídeo era pobre. Agora, vídeo e multimédia são elementos fundamentais da nossa apresentação na Web. Agora temos apresentações de vídeos mostradas com destaque na nossa home page e uma barra no topo da página que leva directamente para toda a nossa oferta de vídeo.»

3.4.06

TSF Online: uma rara entrevista

Na TSF Online, João Paulo Menezes, na rubrica radio.com, dá-nos a (rara) oportunidade de ouvir um editor multimédia português a falar de ciberjornalismo.

No caso, Luíz Carvalho, do Expresso Online, fala da aposta, recente, do seu jornal online nos podcasts e indica uma das principais prioridades: a introdução de vídeo.

Para além disso, podemos ouvi-lo sobre questões como a formação para o "jornalismo multimédia", os problemas da medição das audiências e o financiamento dos ciberjornais.


A ouvir:
Expresso, um jornal multimédia?