30.3.07

Saber no Second Life

Espaço de construção de saber, mas também de risco, de experimentação, de descoberta e questionamento de novos "mundos". É isso que a universidade pode, e deve, ser.

O meu colega Paulo Frias trilha precisamente este caminho ao experimentar, no âmbito da disciplina de Hipermédia e Estruturas Narrativas, do curso de Jornalismo e Ciências da Comunicação da Universidade do Porto, dar aulas no Second Life. Esta experiência já ultrapassou, como aqui se pode ver, os muros universitários:

27.3.07

Formação dos jornalistas em novos média

A pergunta foi feita a mais de 400 editores de redacções espalhadas pelo mundo: se tivesse de investir em qualidade editorial, que faria em primeiro lugar na redacção? Resposta: apostaria na formação dos jornalistas em novos média (new media skills).

É sintomático que seja esta a prioridade de quem gere as redacções contemporâneas. Mostra, por um lado, que os editores estão atentos. Por outro lado, coloca em relevo um problema, que afecta também as redacções portuguesas: a generalizada falta de formação profissional dos jornalistas na área do multimédia, uma área que, note-se, não espera por ninguém.

Não estará na altura de acordar?

A ler:
New media skills are key to editorial quality, editors' poll finds

26.3.07

Estúdio de vídeo no WSJ.com

Escreve Andy Plesser no Beet.tv que os jornais «têm uma oportunidade única e presente de criarem vídeo online para construir audiências e retorno publicitário.»

É dado o exemplo do Wall Street Journal, diário que tem optado por uma estratégia vincada neste domínio, produzindo clips partilháveis.

Bob Leverone construiu um centro de produção de vídeo em plena redacção do WSJ.com e fez uma visita guiada para o Beet.tv.

22.3.07

JPN no caminho da Web 2.0

Enquanto o ciberjornalismo em Portugal lá vai prosseguindo o seu caminho em marcha lenta meia parada, no mundo universitário vão surgindo algumas experiências e inovações estimulantes.

É o caso do JornalismoPortoNet, o ciberjornal do curso de Jornalismo e Ciências da Comunicação da Universidade do Porto, onde lecciono. Ontem, o JPN estreou um novo design e novas funcionalidades: vídeos, sons e fotografias podem agora ser incluídos dentro de uma mesma peça, numa lógica de integração multimédia.

O "novo" JPN, coordenado pelo meu colega Fernando Zamith, aproveita também algumas modalidades da Web 2.0. O utilizador passa a ter a possibilidade de dar notas às notícias, bem como de partilhá-las, através de ferramentas como o Domelhor, Newsvine e Del.icio.us. Cada notícia terá marcadores (tags), o que permite o agrupamento de artigos sobre determinado tema e não apenas por secção.

Alguns responsáveis de órgãos de comunicação social queixam-se, aqui e ali, da falta de ligação entre o mundo empresarial e o mundo académico ligado à comunicação e ao jornalismo. É tempo de se lembrarem que também têm a ganhar se estiverem mais atentos ao que se vai experimentando e desenvolvendo nas universidades. Quanto mais não seja porque o conceito de "investigação e desenvolvimento" continua, em geral, a ser estranho ao vocabulário das empresas jornalísticas.

20.3.07

Bagdad: os cidadãos filmam

Vídeos feitos por "cidadãos-jornalistas" em Bagdad é o que nos propõe a revista online Salon.com, numa série de 35 episódios em que é mostrada a vida, numa perspectiva que não a jornalística profissional, naquela complicada zona de guerra.

Os episódios de Hometown Bagdad, que agora começam a ser mostrados no site, serão depois colocados num canal dedicado no YouTube, num videoblogue e em canais de televisão.


17.3.07

Visão a menos

A imprensa anda em maré de grandes remodelações gráficas. Nuns casos, têm sido bem sucedidas. Expresso e Público são dois exemplos. Noutros casos, são dadas verdadeiras cambalhotas à retaguarda. Veja-se o que fez a Visão.

A "nova" Visão parece antiga. As páginas são insípidas, pouco atraentes, frias, despidas. A capa é deslavada. Para quem estava habituado a ler, há anos, a velha Visão, o choque é inevitável. E desagradável.

13.3.07

Que diria McLuhan sobre o YouTube?

Há dias, a propósito da ascenção do "egopublishing", escrevia aqui que, «se fosse vivo, McLuhan teria, talvez, de fazer umas reconsiderações quanto à sua célebre frase "o meio é a mensagem". Talvez mudasse para algo do género: "a mensagem sou eu".»

Nem de propósito, encontrei no YouTube um pequeno vídeo cujo título é "Marshall McLuhan on YouTube". Alguém tentou imaginar o que diria este teórico a propósito do fenómeno da partilha de vídeo na Web. Vale pela curiosidade e, em particular, pelo que McLuhan diz quase no final: para a maior parte das pessoas, viver na crista da onda das novas tecnologias é uma experiência aterradora. A maior parte prefere viver um pouco atrás.

10.3.07

Jornais entre o papel e o vídeo

Os jornais, com destaque para os diários, estão numa fase da sua história em que têm de fazer pela vida. Ou seja, têm de reinventar-se de modo a enfrentarem o turbilhão de desafios, sobretudo os colocados pela Internet, que se sucedem em catadupa.

As inovações são quase diárias. Por exemplo, o The Guardian decidiu redesenhar a sua estratégia online, apostando no reforço do fluxo noticioso na Web, oferecendo notícias 24 horas por dia, sete dias por semana, em vez de 16 horas, cinco dias. Porque, como explicam os responsáveis do jornal, os utilizadores da Web esperam ler as notícias no momento em que acontecem. «Se não actualizarmos o nosso site continuamente, os leitores irão para outro lado.» Os 20 princípios que norteiam esta mudança de estratégia podem ser lidos no Jornalismo & Internet.

No New York Times, a aposta é agora no aumento da oferta de conteúdos em vídeo. O mês passado, estreou os "vídeo-obituários", explicados assim: «The idea is to video extensive interviews with all types of notable people while they are still alive with the understanding that everything they say will be embargoed until they die.» Um dos estreeantes desta modalidade foi o colunista Art Buchwald, falecido há cerca de um mês. No seu "vídeo-obituário", registou: «Olá, sou o Art Buchwald e acabei de morrer.» Se achar isto estranho, leia aqui as explicações de Vivian Schiller, manager do NYTimes. com.

O Daily Telegraph
lançou, este mês, um novo serviço de televisão. À hora de almoço, oferece um briefing online sobre negócios.

O tempo do "papel e caneta" nos jornais está, definitivamente, a passar à história.


6.3.07

"Egopublishing": os egos publicam-se

O meio "sou eu", "e eu, "e eu" e por aí fora. No Ciberpaís, pode ler-se uma reportagem sobre o egopublishing, um neologismo a juntar às torrentes que a Web tem gerado. Há muitos cibernautas que têm hoje o seu "canal de televisão" ou a sua "rádio" online. E respectivas audiências.

Se fosse vivo, McLuhan teria, talvez, de fazer umas reconsiderações quanto à sua célebre frase "o meio é a mensagem". Talvez mudasse para algo do género: "a mensagem sou eu".

2.3.07

The Newsroom: uma espécie de "NewsTube"

A Associated Press juntou-se à Voxant para fazer com notícias aquilo que o YouTube está a fazer com todo o tipo de temas: permitir a disseminação "viral" de vídeos em blogues ou sites. O lema da Voxant é: «Fast Forwarding Online News».

Desta parceria empresarial nasceu o projecto de The Newsroom, cujo vídeo de apresentação pode ser visto aqui. Neste site estão agregadas notícias (vídeo, áudio, fotos) da Associated Press e da Reuters, entre outras agências, cujo código pode ser copiado para os nossos blogues. Um exemplo:

1.3.07

Travessias

Últimas do Travessias: o cinema de Kieslowski, Baz Luhrmann e Almodóvar; a música de McCoy Tyner, Arvo Pärt, Rufus Wainwright, Cocteau Twins, Lhasa de Sela, Händel, Farinelli, The Police, Miles Davis; a dança de Miguel Robles e Pina Bausch.

Nostalgia Internet

A CBC, cadeia de televisão canadiana, explicava aos seus telespectadores, no início da década de 90, o «fenómeno crescente» da Internet. Tudo era trocado por muitos miúdos. Vemos mesmo o repórter explicar o significado dos emoticons mais elementares. Na altura, a rede, referida como «outro mundo», contava 15 milhões de utilizadores. Eis uma boa peça de arqueologia ciberespacial.