16.2.06

Procuradoria: mais um tiro na água

O percurso canhestro da Procuradoria-Geral da República nos últimos anos anos, e em particular o seu papel desastrado no processo Casa Pia, já não deixam grande margem para qualquer benefício da dúvida em relação a Souto Moura.

O raid policial na redacção do 24 Horas, com contornos de filme hollywoodesco de fraca qualidade, parece ser mais uma demonstração de impotência e incompetência do que uma tentativa genuína de apurar responsabilidades, que estarão mais nos agentes da justiça que lidam directamente com o processo e não nos jornalistas que, neste caso, tiveram acesso a informação de manifesta relevância pública. Quanto mais não seja, para que os cidadãos tenham a noção de como a Procuradoria disfunciona.

Acresce que a incursão no 24 Horas abre precedentes gravíssimos em termos de violação de direitos elementares dos jornalistas, como o sigilo profissional e a protecção das fontes.

Os principais inimigos de Souto Moura não estão nas redacções. Estão dentro da barriga do monstro da justiça.


Outras leituras
A rusga ao 24 Horas: inquitações, de Manuel Pinto
Violações, de Henrique Monteiro

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